Reversão de vasectomia: entenda como funciona
Redação EdiCase
Reversão de vasectomia: entenda como funciona

É muito comum que homens decidam pela vasectomia, um procedimento cirúrgico que os impedem de ter filhos, e depois se arrependam. Isso ocorre por muitos motivos, dentre eles a melhora no padrão de vida, troca de parceiras ou simplesmente vontade de ter mais filhos. Segundo o Dr. Fernando Prado, especialista em reprodução humana, existem dois procedimentos que podem ser realizados caso o paciente mude de ideia sobre ter filho: a reversão de vasectomia ou a aspiração de esperma antes da fertilização in vitro (FIV).

“O médico pode ajudá-lo a escolher qual procedimento é melhor com base em alguns fatores, como o tempo que se passou desde a vasectomia, a idade, o número de filhos desejados, o custo e com que rapidez espera-se conceber uma criança: naturalmente ou por meio de fertilização in vitro”, explica o Dr. Fernando Prado, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.

Primeiro passo para reverter a vasectomia 

Segundo o especialista em reprodução humana, a primeira coisa a fazer é procurar um profissional de saúde especializado. “Ele verá seu histórico médico e fará um exame físico para garantir que o paciente não tenha outros problemas de saúde que possam afetar a fertilidade. A parceira também deve consultar o médico para garantir que ela não tenha problemas de fertilidade”, explica.

Como funciona o procedimento de reversão?

Existem dois tipos de procedimentos de reversão de vasectomia: o vasovasostomia e o vasoepididimostomia. O procedimento usado depende da área do trato reprodutivo masculino que foi bloqueada durante o procedimento de vasectomia original.

Vasovasostomia 

Segundo o Dr. Fernando Prado, no processo de vasovasostomia as duas extremidades do ducto deferente são reconectadas. “O ducto deferente é um tubo que transporta os espermatozoides para fora do testículo. O homem tem dois vasos deferentes, um de cada lado na bolsa escrotal. Cada um dos vasos deferentes teve um pedaço cortado durante a vasectomia para evitar que os espermatozoides sejam transportados para fora dos testículos”, diz o médico.

Vasoepididimostomia

Já no caso da vasoepididimostomia, o médico explica que o procedimento reconecta o epidídimo ao ducto deferente. “O epidídimo, o ‘chapeuzinho’ que fica sobre o testículo, é onde os espermatozoides amadurecem. Esta cirurgia é utilizada quando uma vasovasostomia não é possível devido a bloqueios causados pela vasectomia”, explica o médico especialista em reprodução humana.

O médico decidirá qual procedimento é melhor durante a operação, dependendo de cada paciente. “Ambos os tipos de reversão de vasectomia podem permitir que o paciente tenha um bebê naturalmente através da relação sexual”, diz o Dr. Fernando Prado.

Método de reprodução assistida 

Segundo o especialista, ainda é possível realizar um procedimento de reprodução assistida, principalmente quando a parceira também apresenta problemas de fertilidade. “Durante este procedimento, o médico aspira (suga suavemente) os espermatozoides dos epidídimos, que são o ‘armazém’ que mantém os gametas que são produzidos nos testículos”, explica o médico.

Ainda de acordo com o Dr. Fernando Prado, este procedimento geralmente é realizado sob anestesia local (com o uso de medicação anestesiante) no consultório e pode ser feito sob anestesia geral. “Uma pequena agulha é usada para remover os espermatozoides diretamente dos epidídimos, ou mesmo diretamente de cada testículo. Os espermatozoides são, então, usados para fertilizar os óvulos da sua parceira em um laboratório usando a fertilização in vitro”, conta o médico especialista em reprodução humana.

Quando o procedimento não é recomendado? 

Os espermatozoides podem ser aspirados no dia do procedimento de fertilização in vitro ou podem ser removidos com antecedência e congelados para um futuro procedimento de fertilização in vitro. “Como a quantidade de espermatozoides é pequena, o uso para inseminação artificial não é recomendado. Quando esse método é usado junto com a fertilização in vitro, é muito bem-sucedido, especialmente se a parceira tiver menos de 35 anos”, esclarece o Dr. Fernando Prado.

Vantagens e desvantagens da técnica 

De acordo com o Dr. Fernando Prado, existem várias outras vantagens para este método. “Isso pode significar que levará menos tempo para a parceira engravidar e a paciente não precisará voltar a usar anticoncepcional após uma gravidez bem-sucedida. É também um procedimento menos invasivo para o parceiro masculino”, explica o médico.

Mas, o especialista ainda ressalta que existem algumas desvantagens. “É mais caro. Se mais de um embrião for transferido, pode resultar em mais de um filho ao mesmo tempo. Também é um procedimento mais invasivo para a parceira, e o processo pode ter que ser repetido se você quiser ter mais filhos”, diz o especialista. “De qualquer maneira, a melhor forma de resolver a questão é consultando um médico especialista em reprodução”, relata Dr. Fernando Prado.

Por Paula Amoroso

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