A artrose é caracterizada pelo desgaste e degeneração da cartilagem articular. Segundo a médica reumatologista Tatiana Molinas Hasegawa, ela acontece não só pela idade, mas também pelo excesso do uso da articulação e sobrecarga articular. Além disso, pode afetar jovens e ser hereditária.
Sintomas da artrose
A dor nas articulações é o principal sintoma da artrose. “Pode haver inchaço, que é o edema, rigidez e dificuldade de movimentação, podendo levar até à invalidez, dependendo do grau desse acometimento”, analisa a médica.
Também pode ocorrer atrofia perto da musculatura ao redor da articulação atingida. “O paciente sente que as juntas crescem, deformam, como se estivesse crescendo um osso ao redor da articulação, é o que acontece pelo desgaste articular”, complementa.
Causas da doença
As causas normalmente estão relacionadas à sobrecarga na articulação . “Embora esse seja o evento mais importante, devemos considerar fatores genéticos, como a história familiar, válida de forma muito significativa para a artrose de mãos, por exemplo”, afirma a reumatologista Ingrid Moss.
Também há as causas secundárias, como traumatismos prévios, doenças sistêmicas que causam inflamação articular, como a artrite reumatoide, ou assimetria de membros. Ou seja, a artrose pode ser causada por diversos fatores.
Fatores de risco
Qualquer pessoa pode desenvolver artrose, mas existem alguns fatores que podem influenciar. Segundo Tatiana Hasegawa, pessoas jovens podem ter artrose de mãos, pois já nascem com essa tendência pela genética; as pessoas que estão acima do peso ou que usam muito a articulação , podem desenvolver esse problema, e as pessoas de mais idade, pois já têm mais uso das articulações, principalmente dos pés, joelhos, quadril e coluna.
Como prevenir a artrose?
Se a pessoa já nasce com problemas na cartilagem, ou seja, se a artrose é hereditária, não é possível prevenir, mas cuidar para evitar que o quadro se agrave. “Diferentemente da artrite reumatoide, a artrose tem uma maior chance de prevenção, por meio do controle precoce dos fatores de riscos mecânicos que favorecem o seu aparecimento, como evitar a obesidade, praticar exercícios físicos regulares sob supervisão e de forma correta e evitar posturas inadequadas , tanto no trabalho quanto nas demais atividades diárias”, aconselha a reumatologista Ingrid Moss.
Tratamento para a artrose
Apesar de não ser uma doença de origem autoimune, pois a pessoa vai adquirindo com o passar do tempo, ela não tem cura. “A artrose é uma doença crônica que tem um curso muito variável de evolução, mas não podemos falar em cura do processo de degeneração articular”, explica Ingrid Moss.
Por isso, os médicos costumam indicar medicamentos, como analgésico, anti-inflamatório, cartilagem e colágeno. “O tratamento compreende principalmente a estabilização da articulação envolvida com o controle dos fatores mecânicos de sobrecarga, como a redução de peso, a correção da postura no trabalho e o fortalecimento muscular por meio de fisioterapia e exercícios específicos”, acrescenta a médica.
Existem, também, tratamentos complementares que podem ajudar. “O pilates , a academia terapêutica, que é musculação dirigida para pacientes com problemas de artrose e de desgaste”, destaca a reumatologista Tatiana Molinas Hasegawa. Segundo ela, essas terapias visam alongar, fortalecer e melhorar o movimento da articulação atingida, para não permitir atrofiar mais.
Outras soluções contra a artrose
Quando o paciente não responde bem ao tratamento medicamentoso e complementar, pode ser necessário o uso de órteses, que são aparelhos usados para imobilizar a articulação por um tempo. Além disso, conforme explica Tatiana Molinas Hasegawa, durante o período de tratamento, pode ser necessário uma consulta com um nutricionista, a fim de adequar a alimentação com menos comidas inflamatória s, como gorduras, industrializados, refrigerantes, entre outros.
Se mesmo com todos esses tratamentos não houver melhora, ainda pode ser usada a infiltração, “que é a aplicação de uma injeção dentro da articulação com anti-inflamatório, cartilagem e, em último caso, quando a junta está muito desgastada e inflamada, é a prótese”, acrescenta a médica.
Convivendo bem com a doença
Seguindo o tratamento adequadamente é possível ter uma boa qualidade de vida . Mas, de acordo com a reumatologista Tatiana Molinas Hasegawa, é importante ter em mente a necessidade de mudar de estilo de vida por causa da doença. “Se é um paciente sedentário, que não gosta de praticar atividades físicas, tentar adequar essa rotina; saber a hora de parar, se está fazendo alguma atividade, como limpar a casa, e já ficou muito em pé, deve-se parar, fazer aos poucos”, aconselha.
Ela também destaca a importância de manter o controle emocional . “A mente controla muitas coisas no organismo, entre elas, a dor e o enfrentamento da dor. É preciso nutrir a mente com boas ideias e sentimentos, além de procurar ajuda quando precisar, não se automedicar, saber o período certo de usar o medicamento, sem usar altas doses”, alerta.