Como saber se o mau hálito vem do estômago
Redação EdiCase
Como saber se o mau hálito vem do estômago

A pessoa com mau hálito pode não perceber, gerando situações constrangedoras, que podem afetar negativamente as relações pessoais, as atividades profissionais e gerar problemas conjugais. O principal mito relacionado a causas de halitose é, sem dúvidas, “o mau hálito vir do estômago”. Porém, estudos afirmam que a halitose estomacal é extremamente rara ou nunca vem do estômago. “Quase todas as causas de halitose são encontradas na boca do paciente”, comenta a cirurgiã-dentista e especialista em halitose Dra. Bruna Conde.

Interferência do anel muscular

Quando alguém tem mau hálito ao falar ou respirar, fica ainda mais claro que o problema não está vindo do estômago, pois quando falamos e respiramos, o ar vem dos pulmões. Além disso, entre o estômago e o esôfago existe um músculo em forma de anel, que impede a volta do conteúdo estomacal para a boca.

Diferença entre arroto, hérnia de hiato e mau hálito

O ar só vem do estômago quando temos uma eructação gástrica, conhecida como “arroto”. Nessa situação, o ar escapa do estômago para o esôfago, o qual é normalmente fechado quando não estamos nos alimentando. Ainda assim, o arroto tem um odor ácido, dura poucos segundos e difere do cheiro característico do mau hálito bucal, o qual é de enxofre, ou do odor causado por jejum ou hipoglicemia (hálito cetônico que pode ter cheiro de acetona ou maçã estragada).

O mesmo ocorre em casos de hérnia de hiato ou refluxo gastroesofágico. Nesse caso, o músculo em forma de anel não fecha adequadamente a passagem do esôfago para o estômago. Quando o conteúdo do estômago, eventualmente, volta até a boca, seu odor também é ácido , assim como no arroto, muito diferente do cheiro característico do mau hálito, e dura poucos segundos, ao contrário ao odor da halitose, que pode persistir por períodos muito mais prolongados ou, até mesmo, ser constante.

Cavidade oral é a principal fonte de halitose

Conforme explica a Dra. Bruna Conde, a cavidade oral é responsável por 90% dos casos de halitose, o trato respiratório é responsável por 8%, o trato gastrointestinal e outras causas diversas são responsáveis por apenas 2%. Como a boca é a principal fonte de halitose, torna-se essencial uma investigação especializada da cavidade oral.

Isso porque, conforme ressalta a especialista, no dorso da língua existem pequenas criptas, que são os espaços entre as papilas , que proporcionam as condições ideais para que um grande número de bactérias se aloje facilmente. Restos de células descamadas do próprio epitélio da língua e restos de comida também se acumulam ali.

Causas do mau hálito

A halitose pode ser causada por placas bacterianas, má preservação dos dentes e restaurações dentárias, gengivite, má higienização bucal. Além disso, a fermentação de alimentos e detritos celulares por bactérias promove substâncias voláteis que cheiram mal, causando mau hálito. Essa situação é chamada de saburra lingual, popularmente conhecida como língua branca ou esbranquiçada, e isso também acontece com alimentos que ficam retidos entre os dentes.

“Quando o profissional não avalia cada parte da cavidade oral, algumas informações importantes podem ser perdidas. Como a saburra lingual e/ou pouca qualidade , ou quantidade salivar podem não ser avaliadas e são uma das principais causas do mau hálito crônico”, esclarece a cirurgiã-dentista.

Consulte um especialista

Segundo a Dra. Bruna Conde, realizar uma consulta com um profissional especializado é fundamental para evitar problemas mais graves. “Não hesite em buscar ajuda profissional e especializada no assunto, halitose é um problema que se não tratada pode ocasionar diversas complicações para a saúde geral, comportamental e relacionamentos”, finaliza a especialista.

Por Gabriela Dallo

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