É bem provável que você já tenha vivenciado ou presenciado uma criança fazendo birra com seus pais ou responsáveis. Em grande parte desses momentos, os adultos reconhecem que não sabem exatamente como lidar com a criança que está chorando, gritando e esperneando, e se perguntam qual a melhor forma de reagir diante dessa situação, se o certo é brigar, acolher ou simplesmente ignorar.
Por isso, a pedagoga e especialista em neuropsicopedagogia Elisângela Schulz elenca dicas para você lidar com essa situação da melhor maneira possível. Confira!
O que é a birra?
A birra é simplesmente a frustração que a criança está sentindo naquele momento e externalizando da forma que ela acha que receberá atenção. Tendo em mente que esse comportamento faz parte do desenvolvimento infantil , é preciso fazer mais do que só mandá-la parar ou ignorar o que está acontecendo.
Birra também é algo positivo
Segundo a especialista, existem estudos que apontam que a birra pode, sim, ser algo positivo, partindo do ponto de vista de como o adulto conduz o impasse, podendo aproveitar o momento para manifestar que também se frustra com algumas situações. “A conversa é importantíssima para esse entendimento, e uma sugestão é perguntar para a criança o que ela sentiu e como isso pode ser resolvido”, diz a especialista.
A pedagoga ainda alerta que tudo depende da maneira como o adulto lida com a situação. “A maneira como a birra é tratada terá consequências futuramente, pois, como a criança ainda está em desenvolvimento, todas as formas de comunicação que ela vivência contribuem para o seu crescimento”.
1. Desvie o foco da birra
Conforme explica a pedagoga Elisângela Schulz, entreter a criança é uma das formas que pode ajudar a conter a birra. “Uma atitude que pode acabar com a birra é tentar desviar o foco da criança para outra atividade ou envolvê-la em alguma curiosidade. Caso não dê certo, acolhê-la é a melhor solução”, recomenda.
2. Comunique a criança sobre as mudanças
Alterar a rotina das crianças também pode deixá-las estressadas, por isso, a pedagoga alerta que trazer a questão da previsibilidade sobre um dia que será diferente é essencial para evitar as birras. “Se for fazer um passeio ou algo incomum, ela precisa ser comunicada dessa mudança e, assim, não haverá nenhuma surpresa que a deixe estressada”, aponta a especialista, que também destaca a importância da inserção da criança no processo da escolha, para que se sinta valorizada e até mais tranquila para lidar com a frustração.
3. Trabalhe as emoções
Além da questão da previsibilidade, é importante trabalhar com as emoções dos pequenos. Por conta disso, Elizângela ressalta a importância do acolhimento, que acaba superando a questão de apenas ceder e evitando que isso se torne um mecanismo utilizado pela criança sempre que quiser algo que não pode ter. “Quando há acolhimento e conversas sobre essas emoções, ela vai entender que há outras formas de resolver a frustração”, diz a especialista.
Por Enzo Feliciano