De acordo com estimativa do INCA (Instituto Nacional do Câncer), somente no Brasil, houve cerca de 66.280 novos casos de câncer de mama em 2020. É o tipo de tumor que mais afeta as mulheres e que mais causa mortes entre elas.
Embora o tratamento seja, na maioria dos casos, satisfatório, tendo uma média de 80% de sobrevida, no Brasil ainda existe uma alta taxa de mortalidade por conta da doença . A explicação é: diagnóstico em estágio avançado.
Entenda o que é o câncer
Afinal, o que é o câncer? “O câncer é caracterizado por um crescimento exagerado e desordenado de células. É fruto, em geral, de uma mutação genética, que torna a célula capaz de invadir os tecidos vizinhos ou formar colônias em órgãos distantes (metástases). Em última análise, comprometendo a qualidade de vida e a sobrevida do indivíduo”, explica o oncologista Dr. Geraldo Felício.
Mais especificamente, no caso do câncer de mama , “a célula surge, em cerca de 85% dos casos, dos ductos mamários, produtores de leite durante a vida reprodutiva, o chamado Carcinoma Ductal”, completa o especialista.
Desenvolvimento d o câncer de mama
É muito importante que haja um controle rígido pelas mulheres, pois o câncer de mama nos estágios iniciais, em geral, não apresenta nenhum sintoma, nem mesmo dores. A faixa etária mais comum é entre 50 e 60 anos. “Existem polêmicas sobre quando iniciar as mamografias, mas o primeiro exame deverá ocorrer entre os 35 e 40 anos”, explica o oncologista.
O autoexame pode ajudar no diagnóstico do câncer de mama. Mesmo assim, só é possível apalpá-lo dependendo do tamanho e da profundidade do nódulo, “caroços de 1 cm ou mais”, explica Dr. Geraldo Felício. Por isso, o ideal é realizar exames de imagem. “Com exames como mamografias, ultrassonografia e outros, pode-se detectar o câncer de mama ainda milimétrico”, completa o médico.
Fatores de risco
A maioria dos cânceres de mama se forma e se desenvolve a partir do estrogênio, hormônio feminino . Alguns fatores favorecem sua exposição, pois eles aumentam o risco de desenvolvimento da doença. O oncologista Dr. Geraldo Felício cita alguns exemplos:
- Início precoce das menstruações;
- Menopausa tardia;
- Ausência de filhos;
- Ausência de amamentação;
- Terapia hormonal após a menopausa;
- Obesidade (sobretudo na pós-menopausa);
- Sedentarismo ;
- Presença de parentes de primeiro grau com câncer de mama ou de ovários.
Tratamento contra o câncer de mama
Para ter certeza do diagnóstico, tenta-se puncionar o nódulo, em geral, com o auxílio da ultrassonografia. “Se o tumor é claramente grande ou compromete a axila, são pedidos exames antes da cirurgia para averiguar se há metástases”, explica o Dr. Geraldo Felício. “Estes exames são dispensáveis no caso de tumores pequenos e aparentemente localizados”, completa.
Depois de todos esses cuidados, em alguns casos, é feita a cirurgia. Em outros, é preciso fazer uma quimioterapia pré-operatória, para que o tumor diminua de tamanho e o procedimento cirúrgico seja o menos agressivo possível.
É recomendável que, sempre que possível, a cirurgia seja conservadora, “salvando a mama e removendo apenas o tumor”, explica o oncologista. Terminado o processo cirúrgico, é necessário avaliar a necessidade de quimioterapia complementar, seguido de radioterapia e tratamento anti-hormonal.