Atualmente, podemos ver um aumento na procura por partos mais humanizados, em que os desejos e necessidades da mãe e do bebê são levados em conta. Um parto mais humanizado é aquele no qual a mulher tem a possibilidade de se ligar aos seus próprios recursos fisiológicos e emocionais. Assim, é importante cuidar de suas necessidades, que são:
Apoio emocional
É oferecido pelas pessoas que acompanham o parto , para que a grávida não sinta pressão externa, mas, sim, que é capaz e que está fazendo o que pode no momento.
Muita privacidade
O ato de dar à luz não é mecânico e, sim, uma dinâmica na qual a mulher está se abrindo física e emocionalmente. Se ela sente esse espaço íntimo, estará apta a segregar a ocitocina, o “hormônio do amor”. Ele é geralmente administrado nos hospitais para acelerar o parto (a ocitocina artificial provoca estresse e a mulher não aguenta a dor).
Tempo necessário
Para que mãe e bebê fiquem bem, é importante respeitar o tempo que ela precisa para terminar o processo, sem preocupações com o relógio e o controle externo.
Respiração ampliada
Respirar ampliadamente ajuda a distender o músculo , o organismo a ter mais oxigênio e a diminuir as tensões. Respirar ajuda a vencer a luta com o que faz sofrer, ajuda na fluidez do processo.
Liberdade para expressar as sensações
Uma experiência fisiológica é involuntária, nela está implicada a função neuromuscular, que é controlada pelo sistema nervoso vegetativo, vinculando emoções. Poder se expressar é positivo para que os músculos contraídos (que geram a dor) entrem em uma dinâmica de extensão e descontração.
Fluidez da dor
Aprendemos a fugir da dor. Então, como vamos enfrentar esse desafio? Há uma mudança na atitude , e podemos encontrar o movimento necessário para que nosso corpo e o do bebê fiquem bem.
Posturas favorecedoras
Há mulheres que ficam deitadas, outras precisam se sentir livres para que instintivamente suas necessidades corporais sejam satisfeitas. Procurar uma posição vertical, como de cócoras ou semicócoras, ajuda na saída do bebê.
O parto é apenas uma passagem, e o mais importante é a acolhida do bebê. Ele precisa sentir a continuação do corpo da mãe, que está perto do que lhe dá segurança.
Por Juliana Vieira Martinez
Psicóloga clínica formada pela UNIP e psicoterapeuta reichiana, membro da Escuela de Terapia Reichiana em Valência, na Espanha. É terapeuta na casa de partos Migjorn, em Barcelona.