No dia 21 de junho, é dado início ao inverno e, com as baixas temperaturas da estação, é comum as pessoas mudarem os seus hábitos de vida. No entanto, isso não quer dizer que muitos deles sejam adequados à saúde do corpo, principalmente ao funcionamento dos rins, que tendem a ser prejudicados pela má qualidade de vida durante o frio.
“No frio, é comum sentirmos menos sede, então esquecemos de ingerir quantidades adequadas de água diariamente, o que pode levar a um quadro de desidratação do organismo e, consequentemente, ao surgimento de problemas renais como insuficiência e cálculos, popularmente conhecidos como pedras nos rins”, explica a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada.
Sintomas das doenças renais
Os sintomas característicos das doenças renais envolvem uma série de fatores que podem ser identificados facilmente por um especialista, como:
- Alterações na urina e nos hábitos miccionais (dificuldade de reter urina);
- Dores nas costas;
- Inchaço no corpo;
- Coceira;
- Cansaço.
Consumo de alimentos calóricos sobrecarrega os rins
Além da menor ingestão de água, no frio, é comum aumentarmos o consumo de alimentos calóricos, condimentados e processados para repor a energia que o organismo gasta para se manter aquecido. O problema é que muitos desses alimentos são ricos em sal.
“Os rins precisam fazer um grande esforço para filtrar o sal do sangue. Logo, ingerir grandes quantidades de sal, além de causar retenção de líquido, pode levar à sobrecarga dos rins, o que, a longo prazo, aumenta o risco de condições como doença renal e pedras nos rins. Além disso, o sal é a maior causa de hipertensão arterial, pois provoca estreitamento das arteríolas, com consequente elevação da pressão. E a hipertensão prolongada lesiona os rins e seus diversos vasos”, diz a médica.
Ingestão de álcool favorece a condição
Outro hábito recorrente no inverno é a ingestão de bebidas alcóolicas, que muitos consomem na tentativa de aquecer o corpo. Mas o álcool é tão prejudicial para os rins quanto o sal.
“Além de causar desidratação, o álcool, em grandes quantidades, pode causar alterações na função dos rins, tornando-os menos capazes de filtrar o sangue. O álcool também inibe o hormônio antidiurético, que regula a quantidade de água excretada, aumentando a diurese”, diz a Dra. Caroline Reigada, a qual acrescenta que estudos sugerem que o consumo excessivo de álcool pode aumentar o risco de doença renal crônica.
Consulte um especialista
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), um em cada dez brasileiros sofre de doenças renais e, geralmente, busca ajuda quando a dor se encontra em estágio avançado , daí a necessidade de consultas regulares com um profissional, como explica a Dra. Caroline Reigada. “Na dúvida, procure um nefrologista para passar por uma avaliação e receber um diagnóstico. E, mesmo sem apresentar sintomas, é interessante visitar o profissional regularmente para realizar um check-up e detectar precocemente qualquer tipo de doença renal”, finaliza a profissional.
Por Maria Claudia Amoroso