5 aspectos sobre a tristeza ‘normal’ e a patológica
A tristeza também pode ser uma doença (Imagem: Dilok Klaisataporn | Shutterstock)
5 aspectos sobre a tristeza ‘normal’ e a patológica

Quando a tristeza transcende a experiência comum e se transforma em um desafio persistente, afetando o bem-estar mental, surge a necessidade de compreender e abordar suas raízes profundas. Este fenômeno, muitas vezes negligenciado, exige atenção e compreensão. Assim, é fundamental saber como identificar os sinais de que ela ultrapassou limites normais.

Conforme a Dra. Naiayde Monte, psiquiatra especializada em Transtornos de Humor pela USP (Universidade de São Paulo), a tristeza é predominantemente um aspecto natural do ser humano, surgindo em grande parte como uma reação a estímulos e cenários específicos.

“Quem nunca ficou triste por terminar um relacionamento, ser demitido ou perder um ente querido? Nessas e tantas outras situações cotidianas, é esperado que as pessoas se sintam tristes. Porém, é preciso atenção quando essa tristeza persiste e atrapalha o dia a dia”, alerta.

1. Características dos tipos de tristeza

Para a médica, a tristeza ‘normal’ não costuma durar muito e de maneira geral não traz prejuízos para a pessoa. A tristeza patológica, por sua vez, tende a durar pelo menos duas semanas, com impacto na realização das atividades e funções do indivíduo. “Muitas vezes, mesmo sem estímulo que justifique, a tristeza patológica pode vir”, explica a psiquiatra.

Nesses casos, a tristeza pode ser um problema a ser resolvido, muito mais do que um sentimento passageiro. “Precisamos estar atentos se, associado a ela, existem outros sintomas, tais como choro fácil, desânimo e perda do prazer em realizar atividades que antes eram prazerosas”, fala Dra. Naiayde Monte.

A médica afirma que ao reconhecer alguma dessas situações, é essencial procurar ajuda profissional . “Um médico psiquiatra ajuda a entender essa tristeza, diferenciar se ela é normal ou patológica e conduzir o tratamento mais adequado”, justifica.

2. Sinais para ficar de olho

Conforme explica a Dra. Naiayde Monte, é muito importante que estejamos atentos ao que sentimos, pensamos e em como nos comportamos. Uma mudança importante em algum desses aspectos, uma alteração em relação ao basal do indivíduo, deve nos fazer ligar o sinal de alerta. Ou seja, se antes a pessoa era de um jeito e passa a se sentir triste ou apática, ter pensamentos negativos que geralmente não tinha e a se comportar de forma diferente.

3. Sintomas mais comuns

Cada pessoa vai manifestar os sintomas de forma individual. Segundo a médica, são eles: tristeza ou apatia, diminuição da energia, desânimo, falta de vontade de fazer as coisas, perda do prazer, baixa autoestima, isolamento, aumento ou diminuição do apetite e do sono, cansaço, fraqueza, indisposição, pensamentos negativos de culpa, arrependimento, vergonha e de morte. Podem, ainda, aparecer irritabilidade, ansiedade , inquietação e dificuldade de se concentrar.

4. Quando procurar ajuda?

A Dra. Naiayde Monte explica que, quando esses sintomas persistem por 2 semanas e causam um sofrimento na pessoa e/ou prejuízo em alguma área (trabalho, estudo, relacionamentos), é indicado buscar ajuda de um psiquiatra para ser feita uma investigação do quadro e avaliação da necessidade de tratamento, de acordo com a gravidade de cada caso.

5. Tratamento para a tristeza patológica

De acordo com a psiquiatra, nem toda tristeza é igual. Ela pode vir no contexto de vários quadros psiquiátricos e precisamos sempre investigar a causa, o que está gerando esse sintoma. O tratamento vai se basear justamente nela, podendo ir desde psicoterapia e mudanças do estilo de vida, até o uso de medicações específicas, tais como antidepressivos e estabilizadores do humor.

Por Mayra Barreto

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