A perda gestacional é um momento delicado, em que o sonho da maternidade é abruptamente interrompido para uma mulher. Em 2021, a revista médica The Lancet revelou que, a cada minuto, ocorrem 44 abortos espontâneos no mundo, totalizando cerca de 23 milhões de gestações interrompidas naturalmente.
Possíveis causas do aborto espontâneo
Segundo o ginecologista e obstetra Luiz Fernando Pina, especialista em reprodução humana e endometriose e fundador da clínica Baby Center Medicina Reprodutiva, o aborto espontâneo mais frequente na população acontece até as 12 semanas de gestação.
Apesar de muitas vezes não ter causa aparente, existem algumas condições que favorecem a interrupção da gestação. “Trombofilias, cromossomos alterados e doenças genéticas são apontadas como possíveis fatores de perdas gestacionais”, explica o médico, que reforça a importância de realizar exames pré-concepcionais.
Tempo ideal para uma nova gestação
Para as mulheres que sofreram com a perda gestacional, é necessário aguardar um período seguro para engravidar novamente. “A recomendação é esperar no mínimo seis meses, caso a paciente já esteja recuperada; inclusive psicologicamente. Se o emocional ainda não estiver preparado, esse tempo pode variar para mais”, explica o ginecologista.
O médico revela que a prevenção é importante, pois, após 15 dias do aborto natural , já é possível engravidar. “É um tempo muito curto não recomendado para vivenciar um novo processo de gravidez. A paciente pode estar enfrentando uma depressão pós-perda e não saber, além de o risco de um novo aborto ser mais frequente após gravidez imediata”, enfatiza.
Luiz Fernando Pina reforça ainda que as condições de saúde da mulher precisam estar em dia. “É necessário tempo para recuperar ferro e vitaminas essenciais para que o organismo esteja preparado para gerar. Afinal, corpos saudáveis contribuem para gestações saudáveis”, ressalta.
Quando buscar por um especialista?
Em caso de abortos repetidos, é imprescindível buscar ajuda de especialista em reprodução humana . “Uma perda gestacional pode ser considerada normal, mais que uma já é passível de uma investigação mais aprofundada não só na paciente, como no casal”, finaliza o médico.
Por Duda Pires