Doença que atinge mulheres em período reprodutivo, a adenomiose, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta uma em cada dez mulheres. A condição é caracterizada pela presença de tecido endometrial misturado ao miométrio, junção que causa dores e sangramento nas mulheres, acentuando-se no período menstrual.
O especialista em reprodução humana Dr. Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, afirma que um terço das pacientes com a doença são assintomáticas e que o problema atinge mulheres entre 35 e 50 anos que já engravidaram. “Nos casos em que as mulheres sofrem com os sintomas, como dores, cólicas, também pode haver uma dificuldade para engravidar”, explica.
Ainda não é definida uma causa específica para a adenomiose, porém existem algumas teorias de que ela pode ser adquirida por resultado de traumas vivenciados pelo útero. Algumas situações que contribuem para o aparecimento da condição são curetagem, gravidez, cesariana e laqueadura de trompas.
Formas de diagnóstico da adenomiose
Para chegar ao diagnóstico da doença, é preciso consultar um ginecologista e, ao relatar os sintomas, fazer exames como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética, que constatará ou não o problema.
“Em caso em que os exames apontem a presença de adenomiose, o tratamento será definido de acordo com o grau e a extensão da disfunção, que pode ser focal/localizada ou difusa, e pode ser feito com remédios ou cirurgias. Tudo depende de cada caso”, afirma o Dr. Nilo Frantz.
Na difusa, segundo o especialista, existe a presença de glândulas e tecidos por toda a extensão interna do útero, fazendo com que ele aumente de tamanho. Enquanto na localizada, essas glândulas e tecidos ficam em uma determinada região do útero, parecendo um mioma.
Adenomiose e gravidez
Grávidas e mulheres com intenção de engravidar podem ser afetadas pela adenomiose. “A doença pode afetar a gestação causando abortos de repetição, dificuldades de fixação do embrião no útero, gravidez ectópica, entre outros problemas, já que a adenomiose altera o funcionamento do organismo”, explica o Dr. Nilo Frantz.
Formas de tratamento e fertilidade
Nos casos cirúrgicos, feitos por videolaparoscopia, o procedimento traz melhoras na taxa de fertilidade e também de sucesso em gestações com o auxílio da fertilização in vitro . Já nos casos em que o tratamento é medicamentoso, com auxílio de anticoncepcionais, estes têm intuito de ajudar na remissão da doença e no aumento da fertilidade, fator importante na hora da implantação do embrião na FIV.
De qualquer forma, a mulher que possui a doença precisa que o seu caso seja avaliado com o ginecologista e, em seguida, com um profissional de reprodução humana para a indicação do tratamento que a auxilie no processo de uma futura gestação. Geralmente, a fertilização in vitro é a mais indicada nessas situações.
Por Carolina Ribeiro