A terapia psicológica, ou psicoterapia, é um processo de tratamento que envolve a interação entre um profissional de saúde mental, geralmente um psicólogo ou psiquiatra, e um paciente, visando abordar questões emocionais, comportamentais ou psicológicas.
No entanto, é comum que alguns pacientes apresentem resistência à terapia, manifestando comportamentos como a mentira durante as sessões. Essa prática pode ser prejudicial para o tratamento, uma vez que a sinceridade e a abertura são fundamentais para construir uma relação de confiança entre o paciente e o terapeuta.
Fatores que levam o paciente a mentir
Conforme o psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento, os mais diversos motivos podem levar um paciente a omitir ou criar fatos durante uma sessão de terapia. “A mentira durante a terapia pode surgir de várias razões, muitas vezes relacionadas ao medo de julgamento ou à vergonha de expor fragilidade. O paciente pode sentir receio de ser mal compreendido ou de decepcionar o terapeuta”, explica.
Contudo, outros fatores também podem contribuir para que o paciente minta durante as sessões. “Mas, às vezes, a necessidade de manter uma imagem idealizada de si prevalece e a falta de confiança no processo terapêutico e o medo de confrontar questões dolorosas também podem contribuir para a mentira”, acrescenta o médico.
Prejuízos da mentira na terapia
Segundo o psiquiatra , omitir informações durante a terapia prejudica os resultados do tratamento e atrapalha o uso das técnicas mais adequadas. “Mentir durante a terapia compromete diretamente todo o processo terapêutico. A falta de transparência distorce a compreensão do terapeuta sobre o problema e dificulta um diagnóstico mais preciso, levando a intervenções inadequadas e, consequentemente, menos resultados positivos”, afirma.
Conduta do profissional contra mentiras
As mentiras podem ocorrer durante o tratamento, mas os profissionais podem usar mecanismos durante a terapia que ajudam a evitá-las e a deixar o paciente mais à vontade durante o processo. “Não é possível evitar totalmente esse tipo de distorção, mas um bom profissional consegue identificar mentiras e montar estratégias para controlá-las, priorizando a lógica e acolhimento ao invés do julgamento do paciente”, explica o médico.
Mas, para isso, o especialista ressalta: “o terapeuta precisa ter um bom primeiro contato com o paciente para que ele se sinta seguro e confiante com as etapas do processo , para ter mais facilidade para se abrir durante o tratamento”, finaliza.
Por Dr. Flávio H. Nascimento
Formado em medicina pela UFCG, com residência médica em psiquiatria pela UFPI e mais de 10 anos de experiência na área de psiquiatria .