A gripe e a coqueluche são doenças respiratórias que compartilham alguns sintomas semelhantes, como tosse persistente, febre e fadiga. No entanto, enquanto a primeira é uma infecção viral comum que afeta muitas pessoas todos os anos, a segunda se refere a uma doença bacteriana altamente infecciosa e menos comum.
Embora afete principalmente bebês não vacinados com menos de seis meses, adultos e adolescentes também estão em risco devido à diminuição da imunidade vacinal ao longo do tempo. Veja, a seguir, como a coqueluche é causada, como tratá-la e preveni-la.
Transmissão da coqueluche
A coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis , que se aloja nas vias respiratórias. A transmissão ocorre por meio de gotículas expelidas durante espirros e tosse . É possível que alguém seja portador do microrganismo e não apresente sintomas, aumentando assim o potencial de disseminação da doença.
“A bactéria se aloja no nariz e na faringe, e o perigo pode surgir depois que ela migra para traqueia, brônquios e pulmões. As fases posteriores são caracterizadas por crises de tosses intensas que podem provocar chiados, cianose e vômitos, devido ao esforço para respirar”, explica André Negrelli, médico e professor do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras.
Tratamento da coqueluche
André Negrelli explica que o tratamento da coqueluche é feito com uso de antibióticos, que ajudam a combater a infecção e a reduzir a gravidade dos sintomas , e outros medicamentos que aliviam a tosse. Além disso, também é recomendado o isolamento da pessoa contaminada, visto que se trata de uma infecção de fácil contágio.
“Vale lembrar que todas as medidas devem ser aplicadas respeitando a orientação médica, já que cada organismo pode reagir de forma diferente de acordo com a agressividade da bactéria e o histórico de saúde”, salienta o médico.
Prevenção da coqueluche
A vacinação se trata da forma mais eficaz de prevenir a coqueluche e é frequentemente administrada como parte da vacinação infantil de rotina, bem como recomendada para bebês e crianças em várias doses, começando aos 2 meses. Além disso, são indicadas vacinas de reforço também para adolescentes e adultos, pois a imunidade conferida pelo imunizante pode diminuir ao longo do tempo.
“Recomenda-se que mulheres grávidas recebam a vacina contra a coqueluche durante cada gravidez, idealmente entre a 27ª e 36ª semana da gestação. Isso ajuda a proteger o recém-nascido, já que os anticorpos passam da mãe para o bebê antes do nascimento, proporcionando proteção temporária até que o bebê possa receber suas próprias imunizações”, destaca o André Negrelli.
Além disso, praticar boa higiene pode ajudar a prevenir a propagação da coqueluche e outras doenças respiratórias. Isso inclui lavar as mãos regularmente com água e sabão, cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar (preferencialmente com um lenço de papel descartável ou o cotovelo flexionado) e evitar o contato próximo com pessoas doentes.
Por Camila Souza Crepaldi