Tatuagens de identificação funcionam como alternativa para garantir que a pessoa seja reconhecida como diabética
Arquivo pessoal/Marina de Barros
Tatuagens de identificação funcionam como alternativa para garantir que a pessoa seja reconhecida como diabética

Depois de sofrer um acidente de carro, a fotógrafa Marina de Barros Collaço, 32 anos, autora do Blog Diabética Tipo Ruim , precisou passar ainda mais tempo no hospital por falta de informação. Sua saúde foi ainda mais prejudicada porque nenhum dos socorristas e médicos sabiam que ela tinha diabetes. 

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"Eu fiquei desacordada e os paramédicos não sabiam que eu era diabética. Isso agravou muito mais o meu quadro. Na verdade, eu só tinha quebrado um braço, mas recebi um soro glicosado e precisei de outros cuidados para conseguir me recuperar da glicemia alterada por conta do medicamento", conta ela, que descobriu a diabetes aos 16 anos.

O episódio bastou para que Marina sentisse a necessidade de uma ter uma identificação sobre sua condição que garantisse que sua saúde estaria assegurada. Foi então que ela decidiu fazer sua primeira tatuagem  para ser reconhecida como diabética onde quer que esteja.

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Divulgação/Marina de Barros

Antes de ter a tatuagem, Marina sofreu um acidente e seu quadro se agravou porque os paramédicos não sabiam que ela tinha diabetes

"Desde então a tatuagem tem sido como uma aliada, porque me sinto muito mais segura de andar com essa identificação", afirma a jovem, que tem marcada no antebraço a frase " Diabética tipo 1 ", bem próxima  ao local onde, geralmente, são realizadas as punções para coleta de sangue.

O desenho na pele é visto como uma saída eficaz para que pessoas com doenças ou alergias que requerem cuidados especiais sejam tratadas de forma diferenciada. "Qualquer coisa que acontece e você está desacordado as pessoas vão ter como saber que você é diabético e vão ter como agir, principalmente os paramédicos e médicos", defende.

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FlashDay Diabetes Tattoo

Depois de reconhecer essa necessidade, a blogueira decidiu conversar com alguns tatuadores e, juntos, eles promoveram um evento de um dia inteiro dedicado a tatuagem de identificação médica para o portador de diabetes. 

"Serão vários desenhos de identificação, a pessoa escolhe aquele que ela quer e faz no flash [desenhos pequenos]", explica Marina. 

Além de promover a tatuagem de identificação, a proposta do evento também é incentivar a interação entre as pessoas com a mesma condição, para trocar informações e experiências de vida. "Esse apoio de conhecer outra pessoa é muito importante. O diabético tipo 1, por exemplo, que é a minoria [corresponde a 10% da população total de diabéticos], acaba não tendo apoio e se vê muitas vezes sozinho", ressalta a blogueira.

O Flash Day Diabetes Tattoo é uma parceria entre o Blog Diabética Tipo Ruim e o Hangar 82 Barbearia e Tattoo. A ação acontece nesta quinta-feira (15), e os valores vão de R$ 150 a R$ 250 por tatuagem.  Clique aqui para saber mais.

Está liberado

Quem pensa que a tatuagem está proibida aos diabéticos está enganado. As chances de desenvolver uma infecção a partir da tatuagem ou piercing é a mesma para todos. Porém, é preciso deixar claro que, quando se trata do comprometimento dos vasos na microcirculação, o controle de uma eventual infecção é sempre mais difícil. Nesses casos, a complicação geralmente atinge pessoas com diabetes mal controlado há bastante tempo.

Em relação à higiene, os cuidados devem ser levados à sério, já que, em uma situação de infecção, o quadro demoraria mais para ser resolvido, principalmente se a glicemia não estiver controlada. 

Para evitar esses problemas, as recomendações são: buscar um profissional capacitado, que ofereça o trabalho em um local que respeite as exigências sanitárias, verificar a qualidade dos materiais e se assegurar que estão esterilizados, além de oferecer médidas básicas de higiêne, como uso de luvas descartáveis e materiais de segurança. 

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