O governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), tem receio de que o Ministério da Saúde volte atrás novamente na compra da CoronaVac , vacina contra a Covid-19 produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a biofarmacêutica Sinovac Biotech . O tucano tem a expectativa de que a pasta envie até sexta-feira (18) um documento oficial "em caráter permanente e irrevogável" que garanta a aquisição do imunizante.
Apenas após a assinatura desse acordo, São Paulo tomará decisões sobre ações futuras em relação à vacina. Doria é o principal adversário político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os desentendimentos entre os dois em torno de imunizantes contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) tem como pano de fundo as eleições de 2022.
Em outubro, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello , assinou um termo de intenção de compra com o Butantan, mas recuou no dia seguinte, após ter sido desautorizado por Bolsonaro . Na época, o presidente disse que o país não compraria a "vacina chinesa".
Em novembro, Bolsonaro admitiu possibilidade de compra da vacina do Butantan, mas não entrou em contato com o instituto. Neste mês, após pressão política, o ministro da Saúde voltou a fazer contato em busca da vacina paulista.
"Precisamos de um documento firme. O governo federal já assinou com a Pfizer e a AstraZeneca, mas ainda não encaminhou a um laboratório nacional", reclamou Doria.
Ainda que o governo federal compre a vacina, se a previsão for imunizar em fevereiro, o governo de São Paulo vai manter o calendário estadual de vacinação para iniciar em 25 de janeiro.
"São Paulo não vê nenhuma razão para fazer em fevereiro o que podemos fazer em janeiro. Cada dia que passa conta. Por que esperar se podemos abreviar?", questiona o governador.
O estado só seguirá o Ministério da Saúde se o Plano Nacional de Imunização (PNI) for iniciado antes de 25 de janeiro.