CoronaVac está na última fase de testes
Reprodução/Redes Sociais
CoronaVac está na última fase de testes

A CoronaVac é uma das maiores esperanças da população para combater a transmissão do novo coronavírus (Sars-Cov-2) . Desenvolvida pelo Instituto Butantan com participação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ela deve começar a ser aplicada a partir de março de 2021, após todas as etapas de testes e aprovação.

Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais na noite desta quinta-feira (13), o imunologista, pesquisador e professor da UFMG, Ricardo Gazzinelli declarou que, em sua opinião, o ideal é que a vacina fosse para o mercado apenas após um ano de testes. “Essas (vacinas) que estão sendo feitas rapidamente, a chance de ter uma que dá 90% de proteção, é quase como ganhar na loteria", disse.

Para Gazzinelli, uma produção mais cautelosa e mais tempo de testagem da nova vacina resultaria em doses com eficácia mais prolongada. "Eu esperaria. Caso elas tenham alguma eficácia, é na faixa de 60%. Se atingir 70%, olhe lá. Provavelmente, você terá limite de doses e eficácia baixa, ou seja, será uma vacina que provavelmente não vai controlar a transmissão. Mas ela pode proteger grupos de risco", opinou.

Uma vacina que dá imunidade durante três, quatro ou cinco meses, até que ponto nós podemos chamar isso de uma vacina?” questiona o pesquisador.

 Segundo ele o teste clínico da CoronaVac deve durar um ano. “Na minha posição de imunologista, não deveríamos aprovar uma vacina antes de 12 meses", concluiu Gazzinelli.

Mauro Teixeira, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em dengue e interações hospedeiro-microorganismos e membro da Academia Brasileira de Ciências e da Comissão Científica da Anvisa (CCVISA), concorda que é necessária cautela durante o processo.

Teixeira também participou da live UFMG Talks e na oportunidade ponderou sobre a velocidade em que as vacinas têm sido produzidas. "Eu acho que a gente tem tentado fazer rápido, as pesquisas têm sido muito intensas, as agências regulatórias estão tentando funcionar de forma rápida, mas não depressa. Rapidez não pode significar ausência de segurança", disse.



De acordo com a UFMG, 6 projetos candidatos a vacina contra o novo coronavírus já estão em fase três de testes, a última antes da comercialização. A CoronaVac é uma delas e já conta com 852 voluntários da área da saúde que participarão do estudo, em Minas Gerais.

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