Evacuar menos de três vezes por semana ou ter fezes muito duras ou em pouca quantidade frequentemente podem ser sinais de que você está com prisão de ventre. A constipação, que ainda é tabu para algumas pessoas, é causada, em 90% dos casos, por conta de hábitos de vida inadequados.
De acordo com a Dra. Luciana Lobato, gastroenterologista e professora da Unifesp, não comer fibras, deixar de ingerir líquidos e não atender ao “chamado do intestino” para evacuação são fatores que contribuem para a prisão de ventre . Nestes casos, o tratamento é mais simples.
A pessoa que não consegue ir ao banheiro direito deve, primeiro, corrigir os hábitos de vida. Ela precisa ingerir por volta de dois litros de água e de 25 a 35 gramas de fibras ao dia. Segurar o cocô também está proibido, já que esta ação pode gerar um acúmulo de bolo fecal e também ressecamento, o que vai deixar a evacuação mais difícil e dolorosa. Esse hábito também pode indicar ao organismo que não é necessário indicar a vontade de evacuar quando se há pequenas quantidades de bolo fecal. Incluir uma atividade física ao dia a dia, como uma simples caminhada, é outra forma de ajudar o intestino.
Essa é a maior dificuldade de uma paciente que preferiu não divulgar o nome à reportagem do iG . “É complicado para quem tem o problema e, assim como eu, não conta com uma rotina de horários bem definidos, porque você não consegue criar um hábito para o seu organismo se acostumar como alguns médicos sugerem.”
Como fazer cocô
A posição que nós sentamos para evacuar também pode influenciar negativamente no resultado final. Ficar ereto, em uma inclinação de 90º, pode impedir o fluxo de resíduos. Já o simples hábito de elevar os pés permite uma inclinação menor e um relaxamento do quadril e da musculatura pélvica, favorecendo a evacuação.
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Já existem até aparelhos específicos para que as pessoas fiquem em posição de cócoras mesmo sentada no vaso sanitário comum. Trata-se de um banquinho que é encaixado em frente à privada e onde é possível colocar os pés ao invés do chão.
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Sinais de alarme
Se após 30 dias das mudanças de hábito o quadro não melhorar, é preciso ficar atento a outros sintomas, como emagrecimento, sangue nas fezes e falta de apetite. Caso isso ocorra, é preciso buscar ajuda de um profissional.
A constipação também pode ser causada por doenças do intestino, inclusive câncer, pelo uso de medicamentos analgésicos e para o mal de Parkinson, hipertireoidismo, diabetes e doenças de chagas, além de outros problemas – já no caso das mulheres grávidas, a dificuldade para evacuar está relacionada às alterações hormonais e também por possíveis mudanças erradas de hábitos alimentares.
Tratamento
No caso da paciente que já sofre há dez anos com a constipação o problema maior é conseguir criar uma rotina para o organismo. Já que isso não é possível, ela usa medicamentos quando não consegue ir ao banheiro, mas Dra. Luciana alerta que isso deve ser feito com cuidado.
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“Se o remédio faz parte dos chamados laxativos irritativos o quadro de constipação pode até piorar a longo prazo. O produto é um estimulante da célula intestinal, mas se usado por muito tempo pode acabar matando essas células”, explica a especialista. Já os laxativos de fibras, que são formadores de bolo, já não fazem tão mal ao organismo.
Se o problema não for tratado, pode acabar evoluindo para quadros de hemorroidas, causar fissuras anais e até hérnia umbilical.