Novo relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, divulgado nesta terça-feira (10), aponta que o tabagismo custa mais de US$ 1 trilhão por ano à economia mundial. De acordo com o documento, se nada for feito para mudar essa realidade, o número de vítimas do tabaco vai passar de 6 milhões, hoje, para 8 milhões ao ano até 2030.
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Atualmente, existe 1,1 bilhão de fumantes com 15 anos ou mais em todo o mundo, sendo que cerca de 80% deles vivendo em países de baixa e média renda. Aproximadamente 226 milhões de fumantes vivem em situação de pobreza. O tabagismo se torna um problema de saúde e também econômico.
"A indústria do tabaco produz e comercializa produtos que matam prematuramente milhões de pessoas, faz com que famílias usem suas finanças, que poderiam ser direcionadas à alimentação e educação e impõe imensos custos de saúde às famílias, comunidades e países", afirmou Oleg Chestnov, Diretor-Geral Assistente da OMS para Doenças Não-Transmissíveis e Saúde Mental.
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Como mudar
A OMS afirma que, aumentando em cerca de 47% os impostos do cigarro, já poderia ser verificada uma diminuição de 9% nas taxas de tabagismo e até 66 milhões de fumantes adultos a menos. "A pesquisa resumida nesta monografia confirma que as intervenções de controle de tabaco baseadas em evidências fazem sentido tanto do ponto de vista econômico como de saúde pública", disse o co-editor da publicação, professor Frank Chaloupka, do Departamento de Economia da Universidade de Illinois, Chicago.
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Um problema constatado pelo levantamento é que, dos quase US$ 269 bilhões gerados pelos impostos globais sobre o consumo de tabaco entre 2013 e 2014, menos de US$ 1 bilhão foi investido no controle do vício. Outro ponto é que o controle do comércio ilícito de produtos do tabaco deve ser “política-chave do lado da oferta para reduzir o consumo e suas consequências para a saúde e a economia”.
A OMS alerta que o controle do tabagismo é essencial para o combate à epidemia de doenças não-transmissíveis, principalmente as cardiovasculares, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica e diabetes, algo que já contabiliza 16 milhões de mortes prematuras – antes dos 70 anos – todos os anos.