A mamografia é o exame recomendado para identificar tumores na mama que ainda são assintomáticos, que não podem ser notados nos exames físicos. Entretanto, ainda existem muitos boatos sobre o assunto e mulheres com medo de realizar o procedimento.
LEIA MAIS: Câncer de mama metastático: falta de conhecimento é barreira no tratamento
O iG entrou em contato com o Dr. Bruno Mancinelli, mastologista da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, para saber quais os mitos e verdades sobre a mamografia . Confira:
A mamografia aumenta o risco de câncer na tireoide
Mito. A própria Comissão Nacional de Mamografia, formada pelo Colégio Brasileiro de Radiologia, a Sociedade Brasileira de Mastologia e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, desmentiu um boato que surgiu em 2016 .
“A dose de radiação para a tireoide durante o exame é extremamente baixa: menor que 1% da dose recebida pela mama. Isto é equivalente a 30 minutos de exposição à radiação recebida a partir de fontes naturais como o sol."
Mamografia dói
Verdade. Durante o exame, as mamas são comprimidas e, por conta disso, a mulher pode sentir dor, mas a intensidade varia. O mastologista afirma que diversos fatores influenciam, como o método utilizado, os profissionais, o volume das mamas, se a paciente está no período menstrual ou não. Ainda assim, a dor não pode impedir que a mulher faça a avaliação.
Mulheres com silicone podem fazer o exame
Verdade. Nenhuma situação impede a realização da mamografia. O importante é escolher bem os profissionais.
O exame pode ser substituído pelo autoexame ou exame físico
Mito. O autoexame é essencial para a mulher conhecer o próprio corpo e reconhecer se há algo de errado. Entretanto, um tumor só pode ser sentido quando já está maior. Um especialista, por exemplo, só consegue palpar nódulos com cerca de um centímetro ou mais. Já a mamografia é capaz de identificar tumores com meio centímetro.
LEIA MAIS: 80% dos nódulos nas mamas são benignos
E no caso do câncer, quanto antes o diagnóstico for feito, maiores são as chances de cura. Segundo Mancinelli, quando detectado no estágio inicial, a chance de cura pode chegar próximo a 100%. Além disso, o tratamento também pode ser menos invasivo.
A mamografia pode ser substituída por ressonância magnética ou ultrassonografia
Mito. Os exames como a ultrassonografia podem ser usados para complementar o diagnóstico. O especialista explica que também são indicados em casos mais complexos, como os de mulheres com mamas muito densas, por exemplo. Entretanto, nada substitui a mamografia.
Quando fazer o exame?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, o exame deve ser feito anualmente a partir dos 40 anos de idade por todas as mulheres. Já aquelas com histórico de câncer de mama na família deve passar a realizar regularmente aos 30 anos.
LEIA MAIS: Estou com câncer de mama. E agora?
Dr. Bruno Mancinelli explica que a mamografia não é feita em jovens com 25 anos ou menos porque as chances de se encontrar um problema são muito baixas. “Só é feito quando há uma forte suspeita clínica. Nesta faixa etária, o exame físico é suficiente.”