Redome, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea, pode ser importante para países vizinhos
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Redome, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea, pode ser importante para países vizinhos

O Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea), considerado o terceiro maior do mundo, pretende alcançar este ano entre 200 mil e 250 mil novos doadores voluntários, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que apresentam características de miscigenação próprias. A ideia é priorizar doadores cuja característica genética não tem tanta representatividade no registro.

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O esforço para estimular o cadastro de doadores no será feito também nas áreas de fronteiras, que inclui indígenas brasileiros, com o objetivo de fazer com que o Redome seja interessante também para países vizinhos da América Latina e para outras nações, como Portugal, Espanha, Itália, que contribuíram para a migração no Brasil. 

Seguindo orientação geral para todos os registros no mundo, o sistema vai procurar também incluir doadores mais jovens no cadastro, na faixa de 18 anos a 30 anos. Além de os resultados dos transplantes com doadores nessa faixa etária serem melhores para os pacientes, mais tempo eles permanecerão cadastrados, com possibilidade de serem identificados.

Estatística

Segundo dados atualizados em fevereiro de 2017, o Redome atingiu o número de 4.252.269 doadores cadastrados, desde 2003. Somente nos dois primeiros meses deste ano, entraram no Redome 41.902 novos doadores. A maior quantidade de doadores está no Sudeste e a menor, no Norte. A maioria dos doadores é encontrada hoje nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e do Paraná. Pessoas brancas são maioria entre os doadores de medula óssea. Por faixa etária, o maior número de doadores é encontrado entre os que têm entre 30 e 34 anos e por sexo, entre as mulheres.

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O coordenador Luis Fernando Bouzas disse que isso ocorre por influência da própria população feminina, que é maior que a masculina no Brasil. No passado, havia uma disparidade maior: eram dois terços de mulheres para um terço de homens. “Mas isso vai quase se igualando em termos de gênero”. 

Miscigenação

A compatibilidade, informou Bouzas, é individual. A chance de se encontrar doador para um paciente que tenha miscigenação étnica específica pode ser diferente. A chance é maior para um caucasiano e menor para um indivíduo da raça negra. A situação é similar no Brasil e em outros países. Apesar disso, o Brasil apresenta média, para todos os tipos de pacientes, em torno de 86% de chances de, no momento inicial, encontrar um doador compatível. “Isso é normal porque existem pessoas que na sua origem, na sua ascendência, tiveram uma miscigenação muito intensa. Por isso existem pessoas no mundo inteiro, entre 10% a 12%, que nunca vão encontrar doador, porque as características são muito específicas”.

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A primeira etapa para se buscar um doador é sempre dentro da família, nos irmãos, para ver se há algum que seja compatível. As chances na genética entre irmãos são de 25% de se encontrar doador. Bouzas salientou que as famílias, nos últimos anos, têm diminuído bastante. Por isso, quando não se encontra um doador familiar, a solução é procurar um doador alternativo que pode ser acessado em um registro de doadores, como o Redome, ou em um banco de sangue de cordão umbilical. Outra alternativa mais recente é encontrar na família, entre o pai ou a mãe, a possibilidade de se fazer transplante parcialmente compatível. Os resultados, entretanto, ainda são experimentais. Daí essa não ser uma primeira escolha para transplante.

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