Na semana passada, a mulher transgênero Oneal Ron Morris, 36 anos, conhecida como a “médica falsa” da Flórida, nos Estados Unidos, foi condenada a dez anos de cadeia por homicídio culposo e prática ilegal da medicina.
Leia também: Garotinha que perdeu um olho na luta contra o câncer ganha pelúcia igual a ela
Além de não ter licença médica , Oneal foi julgada pela morte de uma paciente, e por ter injetado produtos considerados letais em seus clientes, como cimento, óleo mineral, cola e selante para pneus em cirurgias plásticas.
Shatarka Nuby, que passou por cerca de dez procedimentos cirúrgicos nas regiões das nádegas e quadril com Oneal, entre os anos de 2007 e 2011, escreveu em novembro de 2011 uma carta da prisão, onde estava, ao departamento de saúde da Flórida contando sobre como seu corpo havia reagido após o tratamento com a falsa médica.
As nádegas haviam endurecido e a coloração foi escurecendo até chegar ao preto. O caso chamou atenção porque Oneal já estava sendo procurada pela polícia desde 2012. As autoridades chegaram a entrevistar Shatarka, no entanto, quatro meses depois ela estava morta, por insuficiência respiratória em decorrência dos efeitos dos produtos injetados.
De acordo com a investigação, o primeiro procedimento feito por Shatarka custou $ 2.000, e foi testemunhado por um amigo. A filha adolescente da vítima também testemunhou outra injeção, de acordo com o depoimento.
Leia também: Remédios que curam azia podem causar infecções no intestino
Famosa
O caso de Oneal chamou a atenção de todo país depois de fotos de seu próprio corpo terem sido divulgadas. O quadril e as nádegas, visivelmente deformados, ficaram marcadas junto à fama de ter se apresentado como médica sem ter licença.
Durante o julgamento, outras mulheres disseram ao juiz que também haviam adoecido depois de terem sido atendidas pela falsa doutora, conforme informou o canal de televisão CBS Miami. “Você nos deu a sua palavra de que os produtos que estava usando eram produtos apropriados", disse uma das vítimas, Kisha Jones, para a reportagem.
O julgamento
Durante a sentença, a acusada negou repetidamente as alegações de que ela havia machucado intencionalmente alguém e insistiu que "nunca ou nunca ousaria injetar em qualquer humano qualquer tipo de substância desconhecida". E ainda completou: "eu fui considerado culpado pela mídia e fontes externas baseadas em mentiras".
Em declarações ao juiz, a família e os amigos de Shakarta se exaltaram e até chegaram a levantar suas vozes algumas vezes, discutindo alto com Oneal. Os parentes pediam uma sentença de prisão perpétua.
O advogado de defesa de Oneal, William Lanphear, disse que discordou da sentença de prisão porque os pacientes de seu cliente sabiam que ela não era uma médica licenciada. "Todas as partes compartilham as responsabilidades e da culpa por suas próprias ações e o papel que desempenharam”, afirmou ele ao Sun Sentinel.
Leia também: Tecnologia ajuda tetraplégicos a mexerem o braço com a força do pensamento