“Quem já tomou alguma dose, não precisa mais se vacinar”, declarou o ministro da Saúde, Ricardo Barros nessa quarta-feira (5). Essa é a decisão tomada pelo governo brasileiro para conseguir dar conta da demanda por vacina contra febre amarela.
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As orientações são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda apenas uma dose da vacina contra febre amarela durante toda a vida, dispensando tomar a dose chamada de “reforço”, que normalmente era aplicada após os 10 anos.
A nova medida deverá entrar em prática neste mês. Segundo o Ministério da Saúde, a população não precisa se preocupar, já que estudos feitos pela OMS atestam a eficácia da dose única, sem necessidade de complementação. Em 2014, a organização internacional já havia recomendado a mudança, mas o a pasta brasileira entendeu, na época, que eram necessários mais estudos para adotar o protocolo.
Fracionamento também deverá entrar em vigor
Outra medida que irá entrar em rigor é a de fracionamento da vacina. Apesar de não haver data de implementação dessa prática, o governo também anunciou que está se preparando para fazer a mudança. Dessa forma, mais pessoas serão imunizadas em casos emergenciais.
“A dose fracionada não é diluição da vacina. Em vez de o vacinador puxar para dentro da seringa 0,5 ml, ele vai colocar 0,1 ml. A diluição da vacina continua a mesma. O que haverá é uma diminuição do quantitativo de volume que será colocado na seringa para fazer a vacinação nos locais que forem definidos”, informou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues.
Para Carla, caso a medida venha a ser adotada, um frasco com cinco doses poderá vacinar até 25 pessoas. Embora o efeito da proteção seja o mesmo, a duração da eficácia ainda não pode ser garantida.
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Por enquanto, o que se tem notícia, conforme as pesquisas em andamento, é de que quem for imunizado com a dose fracionada, ficará protegido por até um ano. “Os estudos vão continuar. Pode ser que se chegue à conclusão de que a dose fracionada imuniza a pessoa pela vida toda ou garante durante um, dois anos”, explicou o ministro.
Um grupo de profissionais da rede pública de atenção básica será treinado no Rio de Janeiro, na Bahia e em São Paulo, estados onde há recomendação para que a vacina seja aplicada.
O ministro declarou que tem a intenção de evitar que essa medida seja tomada . “Nós já colocamos centenas de municípios em área de vacinação. Mas, se tivermos que colocar um com muita população, eventualmente teremos que dispor do fracionamento”, ponderou Barros, ressaltando ainda que o estoque de vacinas está assegurado para a demanda atual.
Desde dezembro do ano passado, quase 2 mil casos de febre amarela foram notificados em todo o país, dos quais 586 foram confirmados e causaram 190 mortes. No mesmo período, cerca de 16,5 milhões de doses da vacina foram aplicadas, e apenas 192 causaram reações graves, como por exemplo, a contaminação pelo vírus. Estes últimos números, porém, ainda estão em investigação.
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