O Hospital Federal de Bonsucesso, do Rio de Janeiro, informou, por meio de nota, que ampliou em 20% o atendimento a pacientes com câncer, entre 2015 e 2016. Para atender a demanda, o número de oncologistas da unidade aumentou em 40%. Além disso, segundo a assessoria, absolutamente todos os pacientes que buscam o hospital estão conseguindo o atendimento necessário.
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A informação foi divulgada nesta terça-feira (25), um dia depois do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) e da Defensoria Pública da União (DPU) fazerem uma vistoria na unidade que concluiu que faltam insumos e medicamentos, sobretudo oncológicos, e que isso provocou a interrupção de mais de 50% dos tratamentos de câncer no hospital. Segundo os dois órgãos, problemas vêm sendo denunciados há meses e têm piorado.
Ainda durante a vistoria, constatou-se que alguns pacientes tiveram que interromper a quimioterapia por falta de insumos. Segundo o Hospital de Bonsucesso, a unidade conta com o apoio do restante da rede do Ministério da Saúde, inclusive o Instituto Nacional de Câncer (Inca), para a realização das sessões de quimioterapia.
O hospital também informou que está buscando acelerar, ao máximo, junto a fornecedores, a entrega de medicamentos já comprados e que o Ministério da Saúde ampliou em 12% os recursos para tratamentos oncológicos (cirurgias, radioterapias e quimioterapias), passando de R$ 141,5 milhões para R$ 159,5 milhões, no estado do Rio de Janeiro.
"Filme de terror"
A nota do hospital bate de frente com o que foi divulgado nesta segunda.
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O defensor público federal Daniel Macedo relatou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em Washington, a falta de insumos e medicamentos no hospital.
“Vemos excesso de pacientes, falta de médicos e insumos e medicamentos. Há pacientes que ficam até 50 dias esperando na emergência. É um filme de terror. Em um contexto onde as redes estadual e municipal estão em colapso e mais de um milhão de planos de saúde privados foram cancelados, a situação é muito grave”, disse.
Além disso, segundo o defensor, as filas de espera cirúrgicas foram interrompidas nos seis hospitais federais da capital fluminense e a DPU entrará com uma ação civil pública para garantir que os pacientes com câncer tenham acesso aos procedimentos. A DPU e o Cremerj também farão vistorias conjuntas no Hospital do Andaraí e no Hospital Cardoso Fontes, nos dias 3 e 5 de maio, respectivamente.
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* Com informações da Agência Brasil.