Assim como a água, o leite materno é essencial na vida dos recém-nascidos, principalmente, durante os primeiros seis meses. Mas, nem todas as mães conseguem amamentar seus filhos, e quando isso acontece, geralmente com crianças que nasceram prematuras e com baixo peso, é preciso recorrer aos bancos de leite materno, que hoje garantem a saúde dos bebês e ajudam a diminuir os índices de mortalidade infantil.
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Porém, no Brasil, a Rede de Bancos de Leite Humano (BLH) não consegue atender todos os recém-nascidos. Apenas 60% da demanda recebe o alimento, o que significa que quase metade dos bebês fica sem o leite humano .
De acordo a Secretaria Municipal da Saúde da cidade de São Paulo, nos meses de outono, inverno, férias e festas de final de ano as doações de leite, que já não dão conta da necessidade dos BLH, fica ainda menor, com 50% de queda em relação aos períodos normais.
Para se ter ideia, na capital paulista, as unidades que coletam o leite materno recebem, em média, 32 litros por mês, quando o ideal seria cerca de 150 litros por mês para atender todos os bebês que necessitam do alimento.
Campanha
Com o objetivo de aumentar o número de doadoras e conscientizar a população sobre a importância dessa ação, o Ministério da Saúde lançou, na última terça-feira (16) a Campanha Doe Leite Materno.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que o Ministério da Saúde continuará dando todo o apoio necessário para estimular cada vez mais a amamentação e a doação de leite entre as mães brasileiras. "Essas práticas já contribuíram para a redução da mortalidade infantil em todo o mundo. Espero que no próximo ano possamos comemorar um avanço no número de doações e bebês beneficiados. Doar leite humano é salvar vidas”, declarou o titular da pasta.
Funcionando há 32 anos, os BLH são casas de apoio à amamentação que atuam em prol da diminuição das taxas de mortalidade infantil em instituições hospitalares. Dessa forma, o material recebido por meio desses bancos já ajudou mais de 1,8 milhão de recém-nascidos, entre os anos de 2009 e 2016. Nesse período, mais de 1,3 milhão de mulheres foram doadoras, e ajudaram a somar 1,4 milhão de litros de leite coletados.
Em 2016, os BLHs do país, registraram mais de 300 atendimentos em grupos, 1,7 milhão de atendimentos individuais e aproximadamente, mais de 270 mil atendimentos domiciliares. Todo o leite doado vai para bebês que demandam cuidados especiais em unidades de terapia semi-intensiva e intensiva, ou seja, bebês que nasceram prematuros, com baixo peso.
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Bancos de doação
Mesmo diante de desafios a serem superados, o Brasil é o país com a maior e mais complexa rede de banco de leite do mundo. Atualmente, o território nacional conta com 221 bancos distribuídos em todos os estados e Distrito Federal, e 186 Postos de Coleta, além da coleta domiciliar.
Todo líquido adquirido é rigorosamente analisado antes de ser destinado aos bebês. Dessa forma também, é possível distribuir o alimento de acordo com a necessidade da criança.
Importância do leite materno
Em média, 3 milhões de bebês são concebidos por ano, no país. Desses, 332 mil são prematuros ou nascem com peso menor do que 2,5kg. Nesses casos, os recém-nascidos precisam permanecer internados até atingirem os quesitos necessários para serem liberados. Para isso, o leite materno é imprescindível e aumenta as chances de sobrevivência e recuperação.
Como doar
Para doar basta a mulher estar amamentando, saudável e não fazer uso de medicamentos que interfiram no alimento produzido. Quem quiser ser uma doadora, é preciso entrar em contato com algum BLH ou ligar para o Disque Saúde, no número 136.
Antes de depositar o leite em um recipiente para doação, é preciso higienizar as mamas com água e secas com uma toalha. Outras medidas como lavar as mãos até o braço com água e sabão, prender os cabelos com lenço ou touca, tapar o nariz e boca com máscaras ou panos também são recomendações válidas. Até levar o leite humano para um BLH, é importante mantê-lo no freezer o congelador por até 10 dias.
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