Em fase de testes, a técnica já foi implantada em 18 pessoas com Parkinson e os resultados estão sendo positivos
Reprodução
Em fase de testes, a técnica já foi implantada em 18 pessoas com Parkinson e os resultados estão sendo positivos

Já pensou em ter as células de um porco implantadas em seu cérebro? Pois essa é a técnica que está sendo desenvolvida para melhorar a qualidade de vida de quem tem Parkinson. Apesar de estar na fase de testes, a abordagem já apresentou resultados iniciais em quatro pessoas e os efeitos parecem promissores, com todos mostrando alguma melhoria 18 meses após a cirurgia.

Leia também: Cuidado: seus hábitos enquanto dorme podem revelar se você terá Parkinson

Os tremores e as dificuldades motoras causados pelo Parkinson , geralmente, pioram ao longo do tempo. Isso acontece por conta da perda gradual de células cerebrais que produzem a dopamina - um composto que ajuda a controlar nossos movimentos. Atualmente, os medicamentos usados no tratamento dessa enfermidade completam a dopamina em falta, mas com o tempo, perdem o efeito.

Por esse motivo, o centro Living Cell Technologies, na Nova Zelândia, está se empenhando para criar uma técnica à base de células do plexo coroide em suínos. Esta estrutura do cérebro faz um coquetel de fatores de crescimento e moléculas de sinalização conhecidas por ajudar a manter as células nervosas saudáveis.

Fábrica de neuroquímicos

No mês passado, depois de ser testada em ratos, a cirurgia foi completada em mais 18 pessoas, em um estudo controlado por placebo, usando implantes de células do plexo coroide. A esperança é que os compostos fabricados por essas células alimentem as células produtoras de dopamina remanescentes no cérebro dos pacientes, diminuindo a perda.

Leia também: Microsoft apresenta relógio que reduz tremores em mãos de pessoas com Parkinson

"A técnica funciona como uma pequena fábrica de neuroquímicos inseridos no cérebro para promover o crescimento e o reparo de novas células nervosas", diz Ken Taylor, da Living Cell Technologies.

As células de porco são colocadas dentro de um revestimento poroso de alginato, feito de algas marinhas, o que permite que os fatores de crescimento se movam para o tecido cerebral circundante, mas deve impedir que as células imunes dos pacientes “entrem” para atacar as células de porco. Esta abordagem também está sendo usada com células de pâncreas de porco implantadas em pessoas com diabetes.

Futuro

Apesar dos resultados estarem indo bem, há uma preocupação com esses transplantes de animal para humano é que os vírus que ficam dormentes no DNA do porco - chamados retrovírus endógenos porcinos - poderiam infectar pessoas e iniciar uma nova doença.

Além disso, as células cerebrais de porco estão sendo investigadas como tratamentos para outras doenças causadas por células nervosas que morrem, incluindo Alzheimer e Huntington, o que causa movimentos e problemas cognitivos. À medida que as células do plexo coroide liberam um coquetel de diferentes fatores de crescimento, eles podem ser úteis para tratar esses outros distúrbios envolvendo danos nas células nervosas.

Leia também: Mal de Parkinson pode ser tratado com vírus que reprograma células no cérebro

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!