O Ministério da Saúde anunciou, na última terça-feira (20), que a imunização contra o vírus HPV será ampliada, e passará a atender também meninos de 11 a15 anos. A decisão faz parte de uma segunda etapa da campanha, que começou com a expansão da vacina disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que, antes, era exclusiva para meninas e passou a contemplar adolescentes do sexo masculino desde janeiro deste ano.
Leia também: Meninos serão incluídos na campanha de vacinação contra HPV
Agora, é possível tomar a vacina contra o HPV as meninas que têm entre 9 e 15 anos, meninos de 11 a 15 anos e pacientes com HIV/aids, oncológicos e transplantados de 9 a 26 anos.
De acordo com a pasta, espera-se que 3,3 milhões de adolescentes possam se beneficiar da imunização. O ministro da Saúde Ricardo Barros já informou que as doses estão disponíveis nos postos prontas para serem aplicadas na população.
Para incentivar a proteção, o Ministério da Saúde fez uma parceria com o Ministério da Educação, com a criação do Programa Saúde na Escola. “É um de nossos grandes aliados nessa frente. Com esse projeto, estamos convocando toda a comunidade escolar, pais e educadores, a atualizarem as cadernetas de vacinação destes jovens”, afirmou Barros.
Esse programa tem como objetivo a ajuda das instituições de ensino para fiscalizar e estimular a vacinação nos jovens. A ideia é que os estudantes apresentem, no ato da matrícula, a caderneta de vacinação e as escolas comuniquem o sistema de saúde sobre as doses prioritárias.
Leia também: Tire suas dúvidas sobre a vacina contra o HPV
Por que se vacinar?
O HPV, conhecido como o vírus do papiloma humano, é responsável por causar sérias doenças por meio do ato sexual, ou de mão para filho no momento do parto. Nas meninas, o principal foco é proteger contra o câncer de colo de útero, vulva, vaginal e anal. Além de prevenir lesões pré-cancerosas, verrugas genitais e outras infecções. Já os meninos poderão evitar cânceres de pênis, garganta e ânus, além de outras doenças.
A definição da faixa etária para a vacinação visa proteger meninos e meninas antes do início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o sexto tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos anuais e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal e orofaringe são atribuíveis à infecção pelo papiloma humano.
O Ministério da Saúde orienta que meninos e meninas devem tomar duas doses da vacina contra o HPV com um intervalo semestral entre elas. Já quem tem HIV e tem entre 9 e 26 anos, o esquema vacinal inclui três doses, com intervalos de dois e seis meses entre elas. No entanto, esses pacientes precisam de prescrição médica para conseguir receber a injeção.
Leia também: Doença celíaca pode ser curada com vacina, segundo estudo