Praticar exercícios físicos durante a infância e adolescência é uma maneira de combater a obesidade e outras doenças
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Praticar exercícios físicos durante a infância e adolescência é uma maneira de combater a obesidade e outras doenças

Praticar esportes sempre foi sinônimo de ter uma vida mais saudável. Seja lá qual for a faixa etária, as atividades físicas podem contribuir significativamente no combate a doenças e estímulo para um desenvolvimento sadio.

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Para reforçar essa orientação, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desenvolveu um guia, lançado nesta quinta-feira (27), com orientações inéditas para que os pediatras estimulem seus pacientes a praticar exercícios físicos a fim de prevenir doenças como obesidade e outras complicações decorrentes do sedentarismo.

Além de médicos e outros profissionais da saúde, professores, educadores e pais também poderão se instruir a partir das informações contidas na cartilha, que alerta sobre os riscos da inatividade.

Isso porque, de acordo com a agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), mais da metade da população brasileira está com sobrepeso. Entre as crianças menores de cinco anos, estima-se que 7,3% delas estão acima do peso.

O guia também lembra que a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente garantem às crianças e adolescentes  o direito ao lazer, esportes e diversão, assim como o acesso à saúde. Além disso, destaca também o compromisso firmado pelo Brasil com a Organização das Nações Unidas (ONU) de combater a obesidade infantil .

“A obesidade na infância e na adolescência é um problema mundial que acarreta custos elevados aos sistemas de saúde. Jovens obesos apresentam maiores probabilidades de desenvolverem fatores de risco que podem causar doenças como diabetes, hipertensão, depressão, alterações ortopédicas e articulares, por exemplo”, disse Luciana Rodrigues Silva, presidente da SBP.

Xô, sedentarismo!

Pensando nos estudos e protocolos internacionais, a SBP reuniu dados sistematizados sobre as diferentes faixas etárias, desde 0 a 19 anos, e quais as atividades mais indicadas para estimular o desenvolvimento físico e cognitivo.

“Os pediatras vão ter tabelas bem indicativas, em que você acessa ali a faixa de zero a dois anos, de três a cinco anos, depois de seis a 19. Então, ele tem na mão o que pode indicar e como ele vai indicar. Isso facilita muito durante a consulta no serviço publico e no serviço privado de saúde”, explicou Ricardo Barros, pediatra e coordenador do grupo de trabalho que elaborou o guia.

Bebê brincando
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Bebê brincando

Os pequenos são os que devem se exercitar todos os dias. A vida ativa colabora e muito para um crescimento saudável, mas isso não significa que as atividades físicas sejam treinos pesados ou virem uma “obrigação”. É preciso que sejam prazerosas e lúdicas.

“A criança gosta do lúdico, ela vai ter habilidade entre 5 e 7 anos, nessa idade você coloca numa escolinha, pode ser de natação, judô, o que achar mais interessante, mas tem que ter uma boa orientação e a criança tem que gostar, não adianta levar a criança chorando”, recomenda o pediatra.

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  • Bebês até dois anos: O guia recomenda que eles sejam estimulados a se movimentar várias vezes ao dia, seja engatinhando, buscando objetos ou movendo os membros do corpo, mas sempre sob supervisão e estímulo dos pais. Os pediatras advertem a exposição a tablets ou outros tipos de telas eletrônicas, como celulares e televisão pelo menos até completarem dois anos de idade.
  • Crianças de três a cinco anos: O ideal é que os pequenos se exercitem por 180 minutos ao longo do dia. As atividades podem ser desde andar de bicicleta, brincadeiras de perseguir como pega-pega ou esconde-esconde, ou outros jogos com bola. É a partir dessa faixa etária que as crianças também podem começar a nadar, fazer dança, praticar lutas ou esportes coletivos, de maneira gradativa.
  • Crianças e adolescente de seis a 19 anos: Ao completar seis anos, é possível optar por maneiras de se exercitar por pelo menos uma hora por dia, com atividades mais intensas, como correr, nadar, pedalar, saltar ou com brincadeiras que trabalhem com o peso corporal e acelerem mais a respiração e o batimento cardíaco. Atividades que estimulem a flexibilidade e o desenvolvimento de músculos e ossos, como a musculação, por exemplo, podem ser feitas pelo menos três vezes na semana com acompanhamento profissional.

Em alguns casos, é importante que os pais levem as crianças ao pediatra para uma avaliação cardiológica antes da prática da atividade física.

Desconectado

Um dos problemas do sedentarismo, segundo os pediatras, é o uso constante e precoce de aparelhos eletrônicos
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Um dos problemas do sedentarismo, segundo os pediatras, é o uso constante e precoce de aparelhos eletrônicos

Os especialistas alertam ainda que o tempo de exposição às telas não deve ultrapassar duas horas diárias para não prejudicar o tempo de exercício das crianças. “Infelizmente, as telas ocuparam o lugar da atividade física, então a criança de qualquer nível social, de qualquer idade, já entra no consultório teclando um iphone, ipad, uma maquininha. Nós temos que acabar com isso, que é, digamos assim, o vírus mais nocivo contra a atividade física. Quando você está numa tela, você tem o isolamento social, você não está brincando, jogando, não tem nenhum tipo de convivência com outras crianças”, alerta Barros.

De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, realizada a pelo Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE), 65,5% dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental não realizavam nem 300 minutos de atividades físicas na semana, sendo que a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que essa frequência chegue a pelo menos 420 minutos.

Profissionais mais preparados

No guia, que tem como público principal os pediatras , a orientação é que esses profissionais passem a conversar com os pais sobre a pandemia da obesidade e estimulá-los a educar seus filhos a terem um modo de vida mais ativo, com hábitos alimentares mais saudáveis.

No entanto, as informações também servem para as escolas. Para as instituições, as principais dicas são no sentido de desenvolver ações pedagógicas que incluam mais participação dos alunos nas aulas de educação física. O manual também propõe a formulação de políticas públicas de promoção da atividade física na infância e adolescência.

“Primeiro, o pediatra também  deve fazer algum tipo de atividade física para ser um exemplo e passar melhor as informações sobre tempo de exercício, hidratação e nutrição. E, segundo, para eles indicarem a hora certa para a criança se exercitar. A ideia é estimular o pediatra a dar uma informação mais adequada e depois isso ser replicado pela família.”, contou o pediatra Ricardo Barros.

Os exemplares do guia serão distribuídos para quase 30 mil pediatras de todo o país, que disseminarão as informações para pais, educadores físicos e a comunidade escolar. Além disso, o conteúdo também pode ser acessado no site da SBP.

*Com informações da Agência Brasil

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