Nos últimos dias, um caso bastante inusitado chamou atenção de médicos indianos. Após um parto, ao examinar o bebê, os especialistas puderam concluir que uma criança havia nascido dentro de outra criança.
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Durante a bateria de primeiros exames os enfermeiros puderam notar que um recém-nascido estava "grávido" do seu próprio irmão. No primeiro momento, a surpresa foi grande, mas esse fenômeno, chamado de " gêmeo parasita ", apesar de raro, já é conhecido pela literatura médica e acontece uma vez a cada 500 mil nascimentos, e há menos de 100 casos registrados em todo o mundo.
Trata-se de uma condição também nomeada de “fetus in fetu”. Uma das explicações para o que ocorre é que o feto começa a se desenvolver normalmente, mas acaba sendo englobado pelo seu irmão, alojando-se no abdômen ou na cavidade retroperineal dele. Outra hipótese é que esse seja um tipo avançado de tumor, chamado teratoma.
Os médicos só descobriram o feto malformado, com apenas o cérebro, braço e pernas definidos, por trás do estômago do bebê novo e saudável depois de ele ter nascido.
Diante da situação, a equipe decidiu operar o recém-nascido para remover a massa de 3 polegadas. Segundo os profissionais, por conta do tamanho esse deve ser um caso raro dentro das notificações já feitas sobre a gravidez com gêmeo parasita.
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Mãe e bebê passam bem
A mãe, que tem 19 anos, e seu filho, que nasceu no dia 20 de julho, já passaram por todos os procedimentos cirúrgicos e agora passam bem. Os dois são de Mumbra, na cidade de Thane, perto de Mumbai, na Índia.
Para a ginecologista Neena Nichlani, que acompanhou o caso, essa é uma gestação gêmea monozigótica compartilhando placenta única, onde um feto é envolvido pelo outro e rouba a nutrição de seu hospedeiro.
"O bebê parasita estava deitado atrás do estômago de seu irmão, se aproveitando da alimentação de seu hospedeiro. Agora, esse feto foi enviado para novos testes, e estamos aguardando os relatórios para mais informações”, contou Neena.
Por enquanto, o que se sabe é que o gêmeo parasita é do sexo masculino, com cerca de 3 centímetros de comprimento, pesando menos de 200 gramas e tem seu desenvolvimento anormal.
Segundo o radiologista Bhavna Thorat, que ficou responsável pelos exames de acompanhamento da gestação da mãe, afirmou ter detectado anormalidade durante uma varredura de rotina no Hospital Bilal, em Mumbra, no início de julho.
Mas, até então, não se saia ao certo do que se tratava. "Encontrei algo de estranho dentro do saco fetal do recém-nascido . Eu podia ver os ossos dos membros superiores e inferiores do feto”.
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