Pela primeira vez, o Sistema Único de Saúde (SUS) desenvolve um ambulatório dedicado ao atendimento especial para pessoas transexuais, travestis e transgêneros. A inauguração foi feita nesta segunda-feira (14), no Distrito Federal.
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O ambulatório conta com uma equipe de profissionais especializados para garantir o acesso absoluto de todo o serviço de saúde. No entanto, para ter acesso ao atendimento as pessoas transexuais terão que agendar a participação, encaminhando-se até a unidade para conseguirem passar com o médico.
Entre os serviços disponibilizados pelo ambulatório estão assistência psicológica, psiquiatria, serviço social, endocrinologia e enfermagem. Segundo as informações divulgadas pelo secretário de Saúde, Humberto Fonseca, o objetivo é que, em breve, com o funcionamento da unidade, as atividades oferecidas se ampliem para atendimentos especializados em ginecologia e urologia.
Os agendamentos já poderão ser marcados a partir da próxima segunda-feira (21), no Hospital Dia, na EQS 508/509 Sul. Os horários de funcionamento da unidade serão de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h e das 14h às 16h.
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A representante da União Libertária de Travestis e Mulheres Transexuais, Melissa Massayury, ressalta a importância do respaldo do governo para uma causa que sempre é deixada de lado. “Teremos o tratamento, a assistência vinda de pessoas profissionais e qualificadas para fazer isso”, afirmou ela, referindo-se ao tratamento com hormônios, que muitos transexuais fazem sem qualquer orientação médica.
“Eu espero que o hospital, como um todo, tenha essa sensibilidade e comece a tratar essas pessoas de forma digna, porque não será só essa equipe que terá acesso e contato com a população de travestis e transexuais” disse Melissa.
Norte e Nordeste
Desde 2008 a transgenitalização de homem para mulher, uma das operações de redesignação sexual, é garantida pelo SUS. Com o tempo, o serviço foi ampliado a novos procedimentos hospitalares e métodos para a mudança da mulher para homem. Além disso, a colocação de próteses mamárias, procedimento de tireoplastia – terapia que auxilia na mudança de voz, além de atendimentos especializados com psicólogos e assistentes sociais.
No entanto, nas regiões Norte e Nordeste, apenas um local oferece serviços para esse público pelo SUS. O Espaço de Cuidado e Acolhimento de Pessoas Trans, que fica no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife.
Apesar de ser referência no atendimento de pessoas transexuais, travestis e transgêneros, a demanda é muito maior do que o que o espaço pode oferecer, o que faz a fila de espera para a cirurgia ser de 13 anos.
*Com informações da Agência Brasil