A agência reguladora de alimentos e medicamentos americana, Food and Drug Administration (FDA), liberou na quarta-feira (18) uma nova terapia, capaz de alterar células geneticamente, com o intuito de combater o câncer nos Estados Unidos.
Leia também: Anvisa aprova nova droga biológica para combater o câncer
Quem poderá fazer uso desse tratamento serão os pacientes com linfomas não Hodgkin, um tipo de câncer . A terapia funciona como uma recauchutagem de células de defesa e organismo, que precisam ser removidas da circulação em um procedimento conhecido como leucoforese. Ao serem modificadas geneticamente, elas são reinseridas no paciente.
Por estarem alteradas, as células tem uma capacidade maior de conseguir combater as células cancerosas. No entanto, essa técnica ainda não está totalmente segura, já que, devido à esse processo, o paciente pode acabar indo a óbito por conta de infecções – que normalmente não seriam graves e não ocasionariam nenhum problema.
Até o então, o último tratamento desse tipo que estava aprovado é direcionado para pacientes com leucemia linfoide aguda (LLA). A nova terapia, nomeada de Yescarta, da Kite Pharma, foi licenciada para ser utilizada em casos de maior gravidade de linfomas não Hodgkin quando duas tentativas de quimioterapia já foram testadas e falharam.
Com essa técnica, a sobrevida em dez anos pode chegar a 36% nos casos mais graves, conforme apontou pesquisas americanas. Já em casos de prognóstico mais brando, as chances são de 70%.
Leia também: Brinquedo de plástico inalado há 40 anos é confundido com câncer no pulmão
Os testes da eficácia e segurança do Yescarta foram realizados em diversos centros de pesquisa e com mais de 100 adultos com linfomas de células B grandes, que encontravam-se em um estado refratário ou reincidente. O índice de remissão ficou em 51%.
"A aprovação traz essa nova classe de terapias com células CAR-T [com receptor antigênico quimérico] para um grupo adicional de pacientes com câncer que tinham poucas opções e que não respondiam a tratamentos anteriores", manifestou-se em um comunicado Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação Biológica e Pesquisa da FDA.
No Brasil, ainda não há nenhuma previsão para a chegada da nova terapia. Já nos EUA, o custo com o procedimento deve ser de US$ 373 mil, o mesmo R$ 1,2 milhão.
Linfoma não Hodgkin
De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), anualmente, mais de 10 mil casos de linfomas não Hodgkin são registrados no Brasil. Segundo o Instituto Oncoguia, dependendo do local onde o linfoma está localizado, os sinais e sintomas podem ser diferentes.
Entre os mais comuns estão o aumento dos linfonodos, inchaço no abdome, sensação de saciedade após uma pequena refeição, pressão ou dor no peito, falta de ar ou tosse, febre, perda de peso, sudorese noturna, fadiga e diminuição das taxas sanguíneas.
Leia também: Nos EUA, 25% dos pacientes com câncer usam maconha como complemento terapêutico