Além de servir como método anticoncepcional, o Dispositivo Intrauterino, também conhecido por DIU, pode ajudar a evitar o câncer cervical, considerado o terceiro tipo de tumor mais comum entre as mulheres.
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Essa foi a descoberta feita a partir de um estudo realizado pela Universidade do Sul da Califórnia. Os pesquisadores associaram o uso do DIU a uma redução de um terço nas chances de desenvolvimento do câncer cervical em pessoas do sexo feminino.
O trabalho foi publicado pela revista “Obstetrics & Gynecology”. “O padrão que encontramos foi impressionante. Não foi sutil”, afirmou Victoria Cortessis, professora associada da Escola de Medicina Keck, da USC, e líder da pesquisa.
Segundo os autores do estudo, a possibilidade de uma mulher ter, ao mesmo tempo, uma ferramenta que a ajuda a prevenir gravidez e previne o câncer é potencialmente muito impactante e positivo.
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Pesquisa
Para chegar a esse resultado, Cortessis e sua equipe avaliaram dados de 12 estudos envolvendo mais de 12 mil mulheres em todo o mundo. E, apesar de as conclusões levarem à afirmação de que o DIU está relacionado a menor incidência da doença, os motivos ainda não foram esclarecidos
Para alguns cientistas, a colocação do dispositivo estimula uma resposta imunológica no cérvix uterino, dando ao organismo uma oportunidade de eliminar possíveis infecções causadas pelo vírus HPV, que é o responsável pelo câncer em mais de 90% dos casos da doença.
Outros estudiosos defendem que quando o dispositivo é removido, células infectadas pelo HPV ou alterações pré-cancerígenas também saem do organismo. Porém, ainda não se pode afirmar qual das opções é a mais provável. Entender mais sobre esse assunto é o próximo passo de Cortessis e sua equipe.
Enquanto isso não acontece, o DIU não pode ser indicado como um método eficaz de combate ao câncer cervical. Mas os cientistas estão trabalhando para que isso aconteça. “Se pudermos demonstrar que o corpo cria uma resposta imune à colocação do DIU, por exemplo, então poderíamos investigar se o DIU pode limpar uma infecção persistente por HPV em estudo clínico”, ressaltou a coautora do estudo Laila Muderspach. “Os resultados são excitantes. Existe um tremendo potencial”, completou.
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