Atualmente, mais de 36,7 milhões de pessoas no mundo têm HIV; vírus tem sido resistente aos medicamentos, afirma OMS
Cesar Brustolin/SMCS
Atualmente, mais de 36,7 milhões de pessoas no mundo têm HIV; vírus tem sido resistente aos medicamentos, afirma OMS

Desde que os registros de pessoas recém-diagnosticadas com HIV passou a ser controlado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), nenhum nível havia ultrapassado o que foi atingido na Europa em 2016. A constatação levou a organização a afirmar nesta terça-feira (28) que a epidemia no continente está crescendo “em um ritmo alarmante”, conforme informou a Agência Reuters.

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De acordo com o último relatório elaborado pela OMS em conjunto com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), no ano passado cerca de 160 mil europeus contraíram o  HIV nos 53 países da região. A maioria dos casos, aproximadamente 80%, ocorreu no leste europeu, afirmou o documento.

"Este é o número mais alto de casos registrados em um ano. Se esta tendência persistir, não conseguiremos atingir a meta de acabar com a epidemia de HIV até 2030", declarou a diretora regional europeia da OMS, Zsuzsanna Jakab, em um comunicado.

Segundo as organizações, essa tendência é particularmente preocupante porque muitos pacientes já portavam a infecção pelo vírus responsável pela Aids há vários anos quando foram diagnosticados, o que dificulta ainda mais o controle do Vírus da Imunodeficiência Humana. A maior probabilidade é que ele tenha sido transmitido a outros, afirmou a agência de saúde.

O diagnóstico precoce é fundamental quando se deste assunto, pois permite que as pessoas iniciem tratamentos com remédios para Aids mais cedo, o que aumenta suas chances de viver uma vida longa e saudável.

"A Europa precisa fazer mais em sua relação ao HIV", analisou a diretora do ECDC, Andrea Ammon. Segundo ela, o período médio transcorrido entre o momento estimado da infecção e o diagnóstico é de três anos, "o que é tempo demais".

Resistência aos medicamentos

Em julho deste ano, a organização relatou um aumento da resistência do vírus às drogas nos tratamentos atuais , o que poderia gerar milhares de novos infectados e mortes nos próximos cinco anos, além de despesas milionárias aos governos.

Na pesquisa HIV drug resistance report 2017, foi detectado que, em seis dos 11 países pesquisados na África, Ásia e América Latina, mais de 10% das pessoas que começaram com o tratamento antirretroviral apresentaram uma cepa de HIV resistente a algum dos medicamentos contra o vírus mais amplamente utilizados. Assim, com essa quantia de resistência encontrada neste ano, a organização recomenda que os países revisem urgentemente seus programas de tratamento da Aids.

“A resistência aos medicamentos antimicrobianos é um desafio crescente para a saúde global e o desenvolvimento sustentável”, afirmou o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS . “Precisamos abordar de forma proativa os níveis crescentes de resistência aos medicamentos contra o vírus, se quisermos atingir o objetivo global de acabar com a Aids até 2030”, completou.

A resistência aos medicamentos contra o vírus se desenvolve quando as pessoas não seguem um plano de tratamento prescrito, muitas vezes porque não têm acesso consistente ao tratamento e aos cuidados de qualidade contra a doença. Segundo o relatório da organização, os indivíduos com resistência ao fármaco começarão a apresentar falhas durante a sua terapia e também poderão transmitir vírus resistentes às drogas para outras pessoas.

Em todo o mundo, mais de 36,7 milhões de pessoas são soropositivas , sendo que 19,5 milhões iniciaram o tratamento antirretroviral apenas em 2016. A maioria dessas pessoas tem qualidade de vida, com um resultado altamente efetivo. Mas, um número crescente de pacientes com HIV já experimenta as consequências da resistência à droga.

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