Tremor nas pálpebras pode significar estresse, na maioria dos casos, mas também pode ser um alerta para problemas mais graves
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Tremor nas pálpebras pode significar estresse, na maioria dos casos, mas também pode ser um alerta para problemas mais graves

“Vem do nada. Quando menos se espera, você começa a sentir sua pálpebra tremer e não há muito o que fazer”, contou o estudante de engenharia Renan Santos Cirillo, de 23 anos, que resolveu ir ao oftalmologista para verificar o que estava acontecendo quando a situação passou a ser frequente.

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Mas não é muito difícil encontrar alguém que não se identifique com a descrição do estudante. A sensação agoniante de tremor nas pálpebras é impossível de controlar, o que faz com que a pessoa fique ainda mais desconfortável.

Assim como a maioria dos sinais que o corpo dá, esse sintoma também é um indício de que algo está errado no organismo. Apesar de ir embora da mesma forma que chega – do nada -, a sensação não deve ser ignorada, e pode significar complicações maiores.

"Há inúmeras causas para isso acontecer, que vão desde estresse, excesso de cafeína ou fadiga, e até mesmo indicar alguma lesão ocular ou problema neurológico", explica a especialista em Plástica Ocular e Vias Lacrimais do Hospital CEMA, Rita de Cássia Lima Obeid.

O tremor nas pálpebras é uma condição benigna e, na maioria dos casos, costuma ocorrer em decorrência de um excesso do organismo, como consequência de uma vida estressante, por exemplo, ou mesmo de um exagero no consumo de determinados itens, como a cafeína.

No caso de Renan, que estava se sentindo “no limite”, tendo que lidar com provas da faculdade, cobranças no trabalho e o nascimento de sua filha, seu organismo acabou liberando hormônios que comprometeram o funcionamento muscular. A reação geralmente acontece em quem sente a agitação por conta de estresse, e acaba acometendo os músculos das pálpebras.

"Esse tremor pode ter como causa também distúrbios no funcionamento ocular e até mesmo neurológicas. Pode ainda ser consequência do uso prolongado ou mesmo abstinência de calmantes ou alguns tratamentos com estrógeno. Nesses casos, temos um quadro de blefaroespamo", detalha a especialista.

Causas

Mesmo que não tenha uma receita eficaz que possa fazer com que o tremor pare, é possível reparar em alguns comportamentos que colaboram para a situação e tentar evitá-los para que não volte a acontecer.

  • Estresse: uma vida muito agitada, pressão no trabalho e faculdade ou até mesmo situações cotidianas que geram ansiedade podem ser estressantes. O ideal é tentar relaxar com alguma atividade prazerosa e, se houver prescrição médica, utilizar relaxantes musculares leves.
  • Fadiga: Quem fica muito tempo de olho em monitores eletrônicos, como computadores e televisões, pode sentir a “síndrome da visão do computador”. A dica é tentar mudar o foco ocular por alguns minutos depois de passar muito tempo focado na tela.
  • Desidratação: O uso contínuo de computadores também pode provocar a desidratação ocular. Nesses casos, é possível melhorar a situação com a ajuda de um colírio ou lubrificante indicado pelo oftalmologista.
  • Cafeína e álcool: O consumo excessivo de café, cigarro e outras bebidas alcoólicas e energéticas pode provocar o tremor. Para reduzir a sensação é necessário suspender o consumo.

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Blefaroespamo

O Blefaroespasmo é uma condição que faz com que os olhos “pisquem” involuntariamente, de maneira repetitiva, como um espasmo ocular que não cessa e costuma gerar grande ansiedade em quem possui. Apesar de ser considerada uma doença isolada, ela também pode significar o indício de outros problemas.  

"Alguns pacientes apresentam essa musculatura da pálpebra mais frágil. Até mesmo a qualidade da lágrima, o uso de lentes de contato, a síndrome do olho seco, alergias e a presença de corpos estranhos podem estar por trás desse tremor", afirma Rita.

Devo ir ao médico?

Não é preciso que todas as vezes que o indivíduo tenha esse sintoma um médico seja consultado. Já que, na maioria das vezes, a sensação pode significar apenas que o organismo está cansado, estressado, sentindo falta ou excesso de algum nutriente.

Mas é preciso ficar atento. Se o tremor persistir por muito tempo, vier acompanhado de outros sinais, como coceira e vermelhidão, ou se atingir outras partes do corpo, talvez seja melhor procurar um especialista. "É importante essa ajuda médica, principalmente quando o tremor começa a impedir o paciente de exercer as atividades diárias", orienta a médica do CEMA.

Em alguns casos, o tratamento consiste em identificar a causa e tratá-la, já outros podem necessitar de medidas mais complexas, como o uso de toxina botulínica, o popular Botox. "Vale lembrar que os blefaroespasmos não têm cura e nenhuma medida caseira pode sanar o problema. Apenas o médico poderá aliviar esse sintoma tão incômodo", resume a oftalmologista.

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