Mais de metade dos jovens que consomem bebidas energéticas experimentam efeitos colaterais que podem causar danos à saúde, revela uma nova pesquisa feita por cientistas da Universidade de Waterloo, em Ontário, no Canadá.
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Estima-se que 55% das pessoas com idades entre 12 e 24 anos sofrem com sintomas que vão desde vômitos e dores no peito até convulsões, mesmo consumindo menos do que a quantidade recomendada de energéticos
, que é de uma a duas bebidas por dia, conforme aponta o estudo canadense publicado no Canadian Medical Association Journal nesta segunda-feira (15).
Além dos níveis alarmantes de cafeína nas bebidas energéticas
, os pesquisadores acreditam que consumi-las com álcool ou durante a prática de um exercício as tornam ainda mais perigosas e eles insistem para que os energéticos sejam proibidos para menores.
No início deste mês, o famoso chefe de cozinha, Jamie Oliver, falou sobre sua campanha para banir a venda de bebidas energéticas "aditivas" para crianças. Em resposta às reivindicações sobre os supostos benefícios da substância para o aprendizado de adolescentes e adultos, a celebridade afirmou que os professores é quem são obrigados a mudar seus planos de aula, já que os jovens não conseguem se concentrar enquanto sofrem efeitos colaterais após o consumo de bebidas.
O professor Steven Lipshultz, cardiologista pediátrico do Children's Hospital of Michigan, em Detroit, nos Estados Unidos, afirmou que uma criança de 10 anos poderia acabar se envenenando com cafeína depois de consumir 80mg do alcaloide, enquanto uma criança de 12 anos pode sofrer sintomas, incluindo alucinações e convulsões, após a ingestão de 100mg.
Pela lei, as bebidas energéticas podem conter cerca de 160mg de cafeína, apesar de o limite diário seguro para crianças de até 11 anos ser de 105mg.
O aumento das vendas de bebidas energéticas, como a Red Bull e a Monster, chegaram a aumentar 185% entre 2006 e 2015 no Reino Unido, fazendo com que o mercado valesse mais de R$ 8,8 bilhões.
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Efeitos colaterais
Para realizar o estudo, os pesquisadores da Universidade de Waterloo entrevistaram mais de 2 mil jovens sobre o consumo de bebidas energéticas.
Os resultados revelam que 24,7% dos jovens já sentiram a frequência cardíaca acelerada em consequência da ingestão do produto, enquanto 24,1% confessou que têm lutado para dormir, devido ao consumo de energéticos.
Pouco mais de 18% dos participantes da análise sofreram dores de cabeça devido às bebidas, e 5,1% relatam ter experimentado náuseas, vômitos ou diarreia.
Outros 5% admitiram que chegaram a buscar atendimento médico devido aos sintomas e 3,6% reportaram sofrer dores no peito. Além disso, 0,2% dos entrevistaram afirmaram que sofreram apreensões depois de beber o produto.
O que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi o fato de que a maioria das pessoas que disseram que já sofreram algum efeito consumiu uma quantidade menor do que a recomendada, que é de uma a duas garrafas por dia.
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