Mosquito do gênero Haemagogus é um dos principais transmissores de febre amarela silvestre no Brasil
Divulgação/Fiocruz
Mosquito do gênero Haemagogus é um dos principais transmissores de febre amarela silvestre no Brasil

De julho de 2017 até o início deste ano, o estado de Minas Gerais já confirmou 22 casos de febre amarela, de acordo com o segundo período de monitoramento epidemiológico dos casos da doença. A Secretaria de Estado da Saúde afirmou que, destes, 15 evoluíram para óbito. Nesse período, foram descartados 40 casos suspeitos, e há ainda 46 casos em investigação em 24 municípios.

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A cobertura vacinal acumulada de febre amarela no Estado de Minas Gerais está em torno de 82%. Conforme informado no boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (17), estima-se que haja no estado pouco mais de 3 milhões de pessoas que ainda não receberam a dose da vacina, especialmente as pessoas na faixa etária de 15 a 59 anos, grupo que foi o mais acometido pela epidemia de febre amarela silvestre em 2017.

 Entre os 853 municípios do estado, 39,62% (338) não alcançaram 80% de cobertura vacinal; 32,47% (277) têm entre 80% e 94,9% de seus moradores vacinados; e com mais de 95%, estão 27,90% (238) das cidades mineiras com recomendação de vacina.

Perfil

Mais de 95% dos casos confirmados se referem a homens. As mulheres representam apenas 4,5% do total. A idade média das pessoas que tiveram a doença confirmada é de 45 anos. De acordo com a secretaria, a taxa de letalidade (número de óbitos entre os portadores de uma doença) por febre amarela em Minas Gerais de julho de 2017 até o início deste ano está em 68,2%. A secretaria informou ainda que todos os casos foram confirmados laboratorialmente.

Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, de julho de 2017 até o último domingo (14), foram confirmados 35 casos de febre amarela no país , dos quais 20 resultaram na morte do paciente. Ao todo, foram notificados 470 casos suspeitos, dos quais 145 permanecem em investigação e 290 foram descartados.

Grande parte dos casos ocorre na Região Sudeste e envolve moradores de zonas rurais ou que tiveram contato com áreas silvestres por motivo de trabalho ou lazer.

Conheça a febre amarela

  • O que é febre amarela? 

É uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, provocada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre, quando há transmissão em área rural ou de floresta, e urbano.

  • Como a febre amarela é transmitida? 

Segundo a Sociedade Brasileira de Dengue/Arboviroses (SBD-A), a transmissão acontece por meio da picada de insetos, especialmente os mosquitos dos gêneros  Aedes - o mesmo que transmite a Dengue, a Chikungunya e Zika – nos ambientes urbanos, e pelos gêneros Haemagogus  e  Sabethes  que são encontrados no ciclo silvestre.​

  • Qual diferença entre febre amarela silvestre e urbana? 

A SBD-A esclarece que o que diferencia as duas formas da doença são o local geográfico e o gênero do mosquito transmissor. No ambiente urbano, o mosquito Aedes aegypti é o responsável pela transmissão da doença ao picar o indivíduo. Já nas regiões de mata, há diversas espécies diferentes de mosquitos responsáveis pela transmissão, sendo os principais os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes . É importante ressaltar que todos os casos registrados desde 1942 no Brasil até o momento foram do tipo silvestre .

  • Macacos podem transmitir febre amarela? 

Não. Quem transmite a doença são os mosquitos e os macacos também são alvos dos insetos, assim como os humanos.

A SBD-A orienta que a população não mate esses animais, já que o extermínio de primatas não interfere na continuidade do ciclo de transmissão do vírus.

Além disso, a entidade ressalta que quando esses animais são encontrados mortos pela doença, pode-se considerar a ocorrência como um marco da previsibilidade da proximidade da transmissão para seres humanos.

  • Quais são os sintomas? 

Em geral, as pessoas infectadas apresentam febre baixa, dores musculares em todo o corpo, principalmente nas costas, dor de cabeças e nas articulações, náuseas, vômitos e fraqueza. Em média, o tempo de incubação da doença, período que antecede a aparição dos sintomas, oscila entre 3 e 6 dias, podendo chegar até 10 dias.

“Pode haver uma melhora no terceiro dia, mas, em seguida, pode vir a ocorrer piora a partir do quarto dia quando então predominam os fenômenos inflamatórios, sendo o fígado órgão frequentemente acometido nessa fase”, explica a SBD-A.

Segundo o infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Hermes Higashino, a maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. “No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Nesses casos, o paciente pode apresentar sintomas como: febre alta, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos), hemorragia (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.

Em qualquer das formas clínicas da doença, o diagnóstico de certeza somente é estabelecido através de exames laboratoriais específicos.

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*Com informações da Agência Brasil

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