Os governos do Rio de Janeiro e São Paulo decidiram antecipar para o dia 25 de janeiro o início do fracionamento das doses de vacina contra febre amarela. A antecipação ampliará a campanha de imunização para 24 dias.
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Essa é a segunda vez que São Paulo anuncia mudança na data da campanha de vacinação contra a febre amarela , que estava marcada para 3 de fevereiro e depois foi modificada para dia 29 , antes de decidir pelo dia 25. “Agora, o importante é não ter pânico e correria, toda população deverá ser vacinada até o fim do ano”, afirmou o governador, Geraldo Alckmin (PSDB).
A medida não valerá para a capital, que começará a vacinação no dia 26, já que 25 é feriado de aniversário da cidade.
A campanha será realizada em 54 municípios paulistas, e a meta é imunizar 8,3 milhões de pessoas até o dia 17 de fevereiro, quando é encerrada a ação. Confira abaixo a lista de locais onde as vacinas fracionadas serão administradas:
- Aparecida
- Arapeí
- Areias
- Bananal
- Bertioga
- Caçapava
- Cachoeira Paulista
- Canas
- Caraguatatuba
- Cruzeiro
- Cubatão
- Cunha
- Diadema
- Guaratinguetá
- Guarujá
- Igaratá
- Ilhabela
- Itanhaém
- Jacareí
- Jambeiro
- Lagoinha
- Lavrinhas
- Lorena
- Mauá
- Mongaguá
- Monteiro Lobato
- Natividade da Serra
- Paraibuna
- Peruíbe
- Pindamonhangaba
- Piquete
- Potim
- Praia Grande
- Queluz
- Redenção da Serra
- Ribeirão Pires
- Rio Grande da Serra
- Roseira
- Santa Branca
- Santo André
- Santos
- São Bento do Sapucaí
- São Bernardo do Campo
- São Caetano
- São José do Barreiro
- São José dos Campos
- São Juís do Paraitinga
- São Paulo
- São Sebastião
- São Vicente
- Silveiras
- Taubaté
- Tremembé
- Ubatuba
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Rio de Janeiro
Nesta semana, o secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro , Luiz Antônio Teixeira Júnior, havia dito que o fracionamento seria feito apenas a partir do dia 19 de fevereiro. Porém, Teixeira destacou que o fracionamento poderia ser feito antes em caso de necessidade.
Segundo nota divulgada pela SES, a antecipação ocorre “em alinhamento com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo e com o objetivo de construir uma estratégia conjunta de enfrentamento da febre amarela”.
A secretaria destaca que, desde janeiro de 2017, já vem adotando medidas preventivas, antes mesmo de registrar casos no território fluminense, com a criação de cinturões de bloqueio, “recomendando a vacinação contra a febre amarela principalmente em municípios de divisa com Espírito Santo e Minas Gerais”, que são as áreas de risco para a doença. “Vale destacar que, desde julho do ano passado, todos os 92 municípios do estado já estão incluídos na área de recomendação da vacina”.
No próximo dia 27, a Secretaria de Saúde do Rio realiza o Dia D de vacinação contra a febre amarela nos 92 municípios do estado. Durante a ação, a vacina será disponibilizada nas unidades básicas de Saúde, unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), instalações montadas pela secretaria estadual e também nos quartéis do Corpo de Bombeiros.
A campanha de vacinação do Ministério da Saúde será feita em 15 municípios fluminenses entre os dias 19 de fevereiro e 9 de março: Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti e Seropédica.
Dose fracionada
A dose fracionada, que tem capacidade de imunização de 8 anos, passará a ser aplicada em pessoas maiores de 2 anos até 59 anos não vacinadas, mulheres não vacinadas que estejam amamentando crianças maiores de 6 meses e idosos não vacinados, após avaliação de serviço de saúde.
Mesmo com o início do fracionamento, devem tomar a dose integral crianças de 9 meses a 2 anos, pessoas com condições clínicas especiais, gestantes e viajantes internacionais que precisem do comprovante. A dose plena só precisa ser tomada uma vez na vida, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Saiba mais sobre a doença
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O que é febre amarela?
É uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, provocada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre, quando há transmissão em área rural ou de floresta, e urbano.
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Como a febre amarela é transmitida?
Segundo a Sociedade Brasileira de Dengue/Arboviroses (SBD-A), a transmissão acontece por meio da picada de insetos, especialmente os mosquitos dos gêneros Aedes - o mesmo que transmite a Dengue, a Chikungunya e Zika – nos ambientes urbanos, e pelos gêneros Haemagogus e Sabethes que são encontrados no ciclo silvestre.
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Qual diferença entre febre amarela silvestre e urbana?
A SBD-A esclarece que o que diferencia as duas formas da doença são o local geográfico e o gênero do mosquito transmissor. No ambiente urbano, o mosquito Aedes aegypti é o responsável pela transmissão da doença ao picar o indivíduo. Já nas regiões de mata, há diversas espécies diferentes de mosquitos responsáveis pela transmissão, sendo os principais os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes . É importante ressaltar que todos os casos registrados desde 1942 no Brasil até o momento foram do tipo silvestre .
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Macacos podem transmitir febre amarela?
Não. Quem transmite a doença são os mosquitos e os macacos também são alvos dos insetos, assim como os humanos.
A SBD-A orienta que a população não mate esses animais, já que o extermínio de primatas não interfere na continuidade do ciclo de transmissão do vírus.
Além disso, a entidade ressalta que quando esses animais são encontrados mortos pela doença, pode-se considerar a ocorrência como um marco da previsibilidade da proximidade da transmissão para seres humanos.
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Quais são os sintomas?
Em geral, as pessoas infectadas apresentam febre baixa, dores musculares em todo o corpo, principalmente nas costas, dor de cabeças e nas articulações, náuseas, vômitos e fraqueza. Em média, o tempo de incubação da doença, período que antecede a aparição dos sintomas, oscila entre 3 e 6 dias, podendo chegar até 10 dias.
“Pode haver uma melhora no terceiro dia, mas, em seguida, pode vir a ocorrer piora a partir do quarto dia quando então predominam os fenômenos inflamatórios, sendo o fígado órgão frequentemente acometido nessa fase”, explica a SBD-A.
Segundo o infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Hermes Higashino, a maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. “No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Nesses casos, o paciente pode apresentar sintomas como: febre alta, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos), hemorragia (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Em qualquer das formas clínicas da doença, o diagnóstico de certeza somente é estabelecido através de exames laboratoriais específicos.
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*Com informações da Agência Brasil