Na última semana, 14 cirurgias foram canceladas em um único dia por falta de luvas e gazes nos hospitais
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Na última semana, 14 cirurgias foram canceladas em um único dia por falta de luvas e gazes nos hospitais

Só na última semana, 14 cirurgias foram suspensas em um único dia por falta de insumos básicos, como roupas de centro cirúrgico, luvas e gazes. A informação é da coordenadora da Comissão Parlamentar Externa da Câmara dos Deputados, a deputada Jandira Feghali, que visitou os hospitais do Andaraí e de Bonsucesso, localizados na zona norte do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (26).

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“É uma situação gravíssima de desassistência, dramática, diria, caótica, e com uma absoluta responsabilidade do Ministério da Saúde e do governo federal”, lamentou Feghali sobre as condições dos hospitais  cariocas.

Criada para acompanhar a crise dos hospitais federais e institutos, junto do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj) e o Conselho Regional de Enfermagem do Rio (Coren-RJ), a comissão percebeu que desde a última visita às unidades, em setembro, a situação só piorou.

“Temos vários plantões de emergência sem médicos, sem chefe de equipe, com deficiência no setor de enfermagem. Na sala amarela, no quarto andar, pacientes ficam dias inteiros sem nenhum médico para atender, alguns em estado grave. Áreas de cardiologia, pneumologia estão fechadas, redução de cinco leitos no Centro de Tratamento e Terapia Intensiva. O setor de oncologia está com redução de médicos. Mulheres com necessidade  de cirurgia de mama para reduzir o tumor não poderão fazer o procedimento, que é muito grave”, relatou Feghali.

A deputada ainda destaca que o setor de tratamento de queimados, referência para o Brasil inteiro, estava apenas com 40% de redução dos leitos. “Não tem oftalmologista. Uma criança que levou um tiro no crânio e saiu pelo olho ficou 15 dias internada e não tem um oftalmologista para atender”, contou a coordenadora da comissão.

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Carência de funcionários

Na última semana, o corpo clínico do Hospital Federal de Bonsucesso e o Cremerj anunciaram o fechamento da emergência recém-inaugurada, por causa da falta de pessoal para atendimento da população.

Segundo a Feghali, esse problema poderá ser resolvido em breve, com uma decisão judicial de novembro que obriga o Ministério da Saúde a contratar 3.592 profissionais para suprir a atual carência dos hospitais federais e dos institutos. Ela explicou que as vagas só foram liberadas na última sexta-feira pelo Ministério do Planejamento e devem ser preenchidas de forma temporária por processo de seleção simplificada.

“Há algum tempo, pela falta de concurso, foram feitos contratos temporários da União, feitos por certames simplificados. Esses contratos foram acabando e o Ministério não repôs. Então esses profissionais foram demitidos, retirados dos hospitais e  os serviços foram fechando. A maioria dos profissionais de emergência foram contratados por períodos temporários, então as equipes foram ficando sem médicos, sem enfermagem e foram fechando simplesmente”, contou a deputada.

Desde 2010, o Coren-RJ tem feito fiscalizações e, de acordo com  a gerente do departamento de fiscalização do Coren-RJ Sabrina Lins Sieberte, depois de uma ação civil pública, foi feita contratação temporária de profissionais para o Andaraí em 2012.

“Esse contrato está se findando este ano, então a gente está com grave problema de recursos humanos, além dos problemas estruturais do Andaraí, não tem emergência, falta insumos para o atendimento. Estamos na expectativa de que essa nova ação garanta a contratação de 3.592 profissionais, que a gente consiga suprir as necessidades. Aí a gente ainda tem que ver as outras questões que estão relacionadas aos cuidados que não se minimizam apenas em pessoal, mas que precisam da estrutura e de toda as condições necessárias”, afirmou Sieberte.

Em nota, a direção do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), que coordena os seis hospitais federais no Rio de Janeiro , informou que aguarda a conclusão do processo para contratação de profissionais para atuarem nos seis hospitais federais no Rio de Janeiro . O pedido está em tramitação no Ministério do Planejamento e estima-se que as contratações sejam autorizadas ainda neste mês de março.

O departamento informa ainda que, para reforçar o atendimento no Hospital Federal de Bonsucesso, 35 profissionais de saúde já foram contratados de forma imediata. Entre estes, já foram contratados seis médicos e mais 11 profissionais de saúde, como enfermeiros e técnicos de enfermagem.

A nota informa ainda que, quanto ao abastecimento, os hospitais federais funcionam em rede, o que possibilita o remanejo de insumos para suprir faltas pontuais, ocorridas por atrasos nas entregas, como nos casos em questão.

*Com informações da Agência Brasil

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