A dificuldade para ter acesso ao serviço de saúde continua sendo um problema para as Américas, conforme informou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta quinta-feira (5). De acordo com o órgão, uma em cada três pessoas dos três continentes americanos enfrenta barreiras para acessar serviços de saúde.
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Segundo a diretora da Opas, Carissa Etienne, que esteve em um evento em Washington, nos Estados Unidos hoje, é preciso de uma ação coletiva para garantir que a população da região tenha acesso aos serviços de saúde . A informação é da ONU News.
A declaração de Clarissa foi feita às vésperas do Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, e que este ano adotou o slogan “Saúde Universal: para todos, em todos os lugares”. A diretora da Opas lembra que “saúde é um direito” e que ter que pagar por cuidados de saúde é a principal barreira para muitas famílias, contribuindo também para a pobreza.
Conforme a representante da Opas destacou, “não é suficiente ter hospitais e postos de saúde sem uma combinação de recursos humanos, infraestrutura, equipamentos, remédios e tecnologias” para diminuir tempos de espera e garantir cuidados de saúde de qualidade.
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Qualidade e desigualdade
No ano passado, a Opas criou a Comissão de Alto Nível sobre Saúde Universal no Século 21, que está sendo liderada pela ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, que também esteve presente ao evento na capital americana. Bachelet destacou que, ao mesmo tempo em que as Américas têm centros de saúde de qualidade, ainda existem na região muitas mulheres e crianças que morrem de causas que poderiam ser evitadas.
A ex-presidente declarou que “a desigualdade é o grande inimigo da América Latina e do Caribe. Segundo ela, a estratégia regional da Opas, junto com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, fornecem o caminho para garantir “saúde para todos”.
Sarampo nas Américas
Outro assunto que preocupa a organização em relação às Américas é a volta do sarampo , doença que havia sido eliminada em 2016, sendo que nenhum surto endêmico acontecia na região desde 2002.
Nos últimos meses, a condição reapareceu em nove países da região e a Opas passou a alertar todos os países das Américas para que redobrem seus esforços em relação a vacinação da população.
As orientações incluem reforçar a vigilância para detectar possíveis pacientes e implementar medidas para responder com rapidez a casos suspeitos também são essenciais.
O sarampo agora é mais um problema de saúde pública para a região. Entre os países mais afetados, somente a Venezuela teve mais de 885 casos, sendo 159 apenas este ano. Segundo a agência da ONU, 14 pessoas foram confirmadas com sarampo no Brasil e 13 nos Estados Unidos. Casos foram registrados também no Canadá, no México e no Peru.
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