Arthur Araújo Lula da Silva, de 7anos, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, morreu nesta sexta-feira (1º) de meningite meningocócica. A doença é grave e pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, fungos e vírus, sendo que a bacteriana apresenta um quadro clínico mais grave.
Segundo o ministério da Saúde, a doença é considerada endêmica, deste modo, casos são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. No caso da meningite meningocócica , causada pela bactéria Neisseria meningitidis, a infecção atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo causar sequelas e até mesmo levar a óbito.
A doença possui 12 sorogrupos identificados, sendo que cinco deles são os mais comuns (A, B, C, W e Y). Dentre os tipos de meningite, as causadas por bactérias, como a meningite pneumocócica e a que matou o neto de Lula são as mais letais. A doença pode evoluir de forma fulminante, levando ao óbito em poucas horas.
Mesmo quando a doença é diagnosticada precocemente e o tratamento adequado é iniciado, 8% a 15% dos pacientes vão a óbito, geralmente dentro de 24 a 48 horas após o início dos sintomas. Se não for tratada, a doença é fatal em 50% dos casos e pode resultar em dano cerebral, perda auditiva ou incapacidade em 10% a 20% dos sobreviventes.
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A transmissão da bactéria pode ocorrer de uma pessoa para outra por meio do contato direto com gotículas respiratórias, por meio de tosse, espirro e beijo, por exemplo. Aproximadamente 10% dos adolescentes e adultos possuem a bactéria na orofaringe (“garganta”) e podem transmiti-la mesmo sem adoecer – são chamados de portadores assintomáticos.
Febre, irritabilidade, dor de cabeça, perda de apetite, náusea e vômito são alguns dos sintomas no início da doença. Na sequência, o paciente pode apresentar pequenas manchas violáceas (arroxeadas) na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz.
Se não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir para confusão mental, convulsão, sepse e choque, falência múltipla de órgãos e risco de óbito. No tratamento das meningites bacterianas, faz-se uso de antibioticoterapia em ambiente hospitalar, com drogas de escolha e dosagens terapêuticas prescritas pelos médicos assistentes do caso;
A vacinação é considerada uma forma eficaz na prevenção da doença . A vacina para prevenção da doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y é indicada para crianças a partir dos 2 meses de idade, adolescentes e adultos. Já a vacina para a proteção contra a doença meningocócica causada pelo meningococo B é indicada para indivíduos dos dois meses aos 50 anos de idade.
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Nos postos de saúde, a vacina para proteção contra a doença causada pelo meningococo C é gratuita para crianças menores de 5 anos de idade e adolescentes de 11 a 14 anos. Outras formas de prevenção da doença como a meningite meningocócica são evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos.