Técnica de ressuscitação é capaz de reverter morte que parece certa; entenda
Por iG Último Segundo
com IstoÉ | 07/06/2019 13:01:52 - Atualizada às 07/06/2019 15:01:52
Desde tempos imemoriais são feitas tentativas de reverter a morte. Tentar salvar o próximo é um impulso universal e altruísta do ser humano. Na Bíblia, há uma passagem que narra os esforços do profeta Eliseu para ressuscitar o filho de sua mulher, Sunamita, usando respiração boca a boca. O médico e alquimista Paracelso foi pioneiro, no século 16, na utilização de foles de lareira para introduzir ar nos pulmões de pessoas aparentemente mortas com o objetivo de trazé-las à vida.
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Hoje em dia, a fórmula de reversão da morte passa por técnicas de compressão pulmonar e por um aparelho chamado desfibrilador externo automático (AED). Se no passado a morte súbita era reconhecida em casos de afogamento, asfixia ou trauma, no mundo contemporâneo sua principal causa é uma parada cardíaca fulminante. “O mais importante na ressuscitação é fazer os procedimentos com simplicidade e prontidão”, diz o cardiologista Sérgio Timerman, diretor do Laboratório de Treinamento e Simulação em Emergências Cardiovasculares do Instituto do Coração (Incor). “É imprescindível dar diagnóstico e atendimento rápidos”.
Hoje, os males que mais provocam paradas cardiorrespiratórias são doenças cardiovasculares , coronarianas, cerebrovasculares e a embolia pulmonar. Diagnosticar a causa da parada aumenta as possibilidades de ressuscitação. Depois que o coração para, as chances da pessoa morrer aumentam 10% a cada minuto que passa.
A partir do terceiro minuto, a probabilidade de ficar com alguma sequela é muito grande. “Tempo é vida”, diz Timerman. “Quanto mais a gente complica para fazer a ressuscitação, pior é”. Antigamente, por exemplo, media-se o pulso e agora não se faz mais isso num primeiro atendimento de emergência.
Só se buscam dois sinais simples: se a vítima está respirando e se está consciente. Medir o pulso não é função de quem não é médico e a respiração boca a boca tampouco deve ser aplicada por leigos. O importante é reconhecer a parada e iniciar as compressões até que chegue o socorro. “A gente vê pessoas que resistem a uma parada cardíaca por 30, 40 minutos, quando bem atendidas, e ainda conseguem voltar à vida. Mas isso é incomum”, afirma.
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Choque elétrico
Os desfibriladores emitem um choque elétrico que reativa o coração. Embora sejam indispensáveis, eles não são eficientes em todos os casos. Há três situações que levam a uma acidente cardiovascular. A mais comum, que representa 60% dos casos, é a fibrilação ventricular, quando o coração passa a bater de maneira caótica e deixa de funcionar como uma bomba. Nesse caso, para reverter o ritmo desordenado, a única maneira é usar um desfibrilador.
Outras situações são a assistolia, em que o órgão para de bater e fica sem nenhuma contração, e a atividade elétrica sem pulso, que deixa o coração com os batimentos dissociados. Tanto na assistolia como na atividade elétrica sem pulso, o desfibrilador não tem eficácia. Daí a necessidade de um diagnóstico rápido antes do uso do equipamento.