Um estudo feito em parceria entre o EndoDebate, a Revisa Saúde e a campanha da Novo Nordisk indica que 80% dos brasileiros com diabetes tipo 2 apresentam pelo menos um sinal de um possível comprometimento cardiovascular. Os principais sintomas são tontura, dores no peito e nas pernas, falta de ar e palpitação no peito.
O levantamento inédito, intitulado “Quando o Diabetes Toca o Coração”, foi realizado entre maio e junho deste ano com 1439 entrevistados. Do total, 828 pessoas não possuem diabetes e 611 têm a doença tipo 2. A média de idade está entre 47 e 55 anos. De acordo com a pesquisa, 52% indicaram pelo menos um dos sinais de doenças cardiovasculares.
Dados ainda mostram que, apesar da diabetes ser grave, muitos portadores possuem uma percepção limitada sobre os riscos da condição. Isso porque 64% das pessoas com a doença não seguem o tratamento à risca. Por outro lado, 48% dos pacientes a consideram muito grave e a colocam atrás de câncer e Alzheimer, por exemplo.
Segundo Carlos Eduardo Barra Couri, endocrinologista e fundador do EndoDebate (evento que reúne médicos para discutirem a saúde do coração e outros assuntos), um dos grandes desafios é trazer a atenção ao coração.
“Temos objetivos que vão além do controle da glicose no sangue, fundamental para o tratamento do diabetes tipo 2. Tudo isso passa também por reduzir o peso, o risco de hipoglicemia e aumentar a segurança do ponto de vista cardiovascular”, afirma.
Pessoas ainda não associam diabetes com complicações cardiovasculares
A pesquisa também traz outros dados preocupantes. Para 60% das pessoas com a doença, o médico transmitiu informações insatisfatórias ou sequer mencionou as questões relacionadas ao coração na última consulta para controlá-la. Além disso, 90% dos pacientes alegam que ainda sentem falta de mais informações durante o tratamento.
“Grande parte da sociedade tem conhecimento das complicações ditas microvasculares do diabetes, como amputação de membros, danos renais e comprometimento visual, mas apenas uma parcela dela tem a informação de que as causas cardiovasculares compõem a principal causa de mortalidade em pessoas que têm a doença”, ressalta Jung Hyun Yoon, gerente médica da Novo Nordisk.
Para se ter uma ideia, enquanto 96% das pessoas com diabetes tipo 2 relacionam a doença às amputações, o cenário é outro quando o assunto é a relação com a insuficiência cardíaca, conhecida por apenas 36% dos entrevistados. Já sobre o risco de infarto cardíaco, 25% dos pacientes não enxergam ou não sabem dizer se existe alguma relação.
Com o acidente vascular cerebral (AVC), por sua vez, o desconhecimento chega a 26%, ainda que duas a cada três mortes de pessoas com diabetes estejam ligadas a doenças cardiovasculares, segundo a Associação Americana de Diabetes. Vale destacar que a falta de informação do diabetes com o coração também interfere na rotina dessas pessoas.
Exemplo disso é que pelo menos 63% dos pacientes com a condição passam a ter mais gastos com a saúde após um evento cardiovascular sério, como é o caso do infarto. Além disso, 38% consideram que ficaram com a vida mais limitada, 31% passaram a depender mais de serviços de saúde e 23% ficaram mais deprimidos. O medo de morrer aparece para 18% e a dependência de outras pessoas para 13%.
Os portadores também sabem da importância dos exercícios físicos, mas apenas 42% praticam, pelo menos, três vezes por semana. Além disso, enquanto a maioria sabe da necessidade da readequação alimentar, mais de um terço não consegue levar essa conscientização para as refeições do dia a dia.
Qual a relação da doença com o coração?
A campanha “Quem Vê Diabetes Vê Coração”, lançada pela Novo Nordisk, alerta que aproximadamente 66% das mortes em pessoas com diabetes são de causas cardiovasculares . Atualmente, mais de 13 milhões de pessoas vivem a doença tipo 1 ou 2 somente no Brasil. Se fosse um País, já seria maior que Bolívia, Paraguai e Portugal.
Dados ainda apontam que a estimativa é que 90% sejam do tipo 2. Nesse caso, a insulina que é produzida pelo pâncreas não é suficiente ou não age de forma adequada para diminuir a glicemia. O problema é mais popular em pessoas obesas e nas com história familiar da própria condição. E muitas pessoas nem sabem que podem ter a doença .
Os riscos são elevados, uma vez que o alto nível de açúcar no sangue pode causar danos às paredes dos vasos sanguíneos que, ao longo do tempo, se tornam mais estreitos. Isso faz com o que fluxo sanguíneo seja reduzido. Essa condição pode comprometer o funcionamento de órgãos importantes, como é o caso do coração e o cérebro.