Em julho deste ano, a contadora Luciana Santos, de 33 anos, do Recife, em Pernambuco, fez um exame de sangue em um laboratório antes de passar por uma cirurgia ocular. Assim que pegou os resultados, ela os levou para a oftalmologista analisá-los. No entanto, um dado em específico chamou atenção por estar muito diferente dos valores de referência.
Leia também: Silenciosa, hepatite C requer atenção; saiba quais cuidados ter no dia a dia
Em entrevista ao iG Saúde , Luciana conta que quando a médica foi fazer o encaminhamento para o procedimento cirúrgico, ela notou no exame que um dos fatores estava com um valor muito abaixo da média. “O correto era entre 70 e 100 e o meu tinha 10. Ela me informou que provavelmente seria um erro e pediu que eu refizesse”, explica.
Diante da situação, a pernambucana entrou em contato com o laboratório, que confirmou o erro. “As outras taxas estavam normais. E o valor que constava no exame era muito discrepante, por isso chamou a atenção. Não fiquei nervosa porque todo o restante estava normal”, diz. Ela também afirma que não vai mais voltar ao local, pois “perdeu a credibilidade.”
O que fazer nesses casos?
Depois que os exames ficam prontos, muitos pacientes não aguentam a ansiedade e já querem logo ver os resultados para saber se está tudo bem. Quando isso acontecer e a pessoa notar que uma taxa está muito distante da média, Felipe Folco, diretor médico da Cia. da Consulta, indica contatar o médico o mais rápido possível.
“O especialista deve conversar com o laboratório ou hospital. A primeira opção é repetir no mesmo local, exceto se o corpo clínico do paciente indicar trocar”, ressalta Folco à reportagem.
Você viu?
Leia também: Mãe relata luta para descobrir síndrome de Prader-Willi na filha: "Não se mexia"
O diretor médico também explica que pequenas alterações do resultado
em relação aos valores de referência podem acontecer sem significado clínico. “Isto significa que a maioria dos pequenos desvios é uma variação do teste que não representa doenças, e acontece devido a questões próprias do paciente ou do preparo (jejum, atividade física, dieta, etc)”, detalha.
Por outro lado, grandes alterações, geralmente, possuem um significado clínico que deve ser investigado com exames complementares. Algumas vezes, no entanto, o tempo de transporte ou armazenamento, quantidade de sangue coletado, condições da coleta, validade do tubo e outros fatores podem levar a alterações dos resultados.
Folco ainda destaca que a melhor pessoa para suspeitar disso é o médico solicitante, que irá comparar o laudo do laboratório com o exame físico, além dos sintomas que o paciente apresentar. “Nestes casos, a equipe médica costuma solicitar a repetição do exame e, às vezes, já solicita os exames complementares”, pontua.
Leia também: Diagnóstico tardio prejudica tratamento contra mieloma múltiplo; veja sintomas
O profissional ainda reforma que erros nos laudos não são comuns. “Hoje em dia, existem conferências tanto por sistemas e equipamentos de alta tecnologia como pelo corpo clínico para assegurar os resultados”, destaca. No entanto, erros em um exame
ainda podem acontecer por falha humana ou até mesmo devido à quantidade de coleta e armazenamento.