Você sabia que o estresse pode ser a porta de entrada para doenças mentais como a depressão e a ansiedade ? Essa é a conclusão de cientistas foi detalhadamente explicada pelo neurocientista, Dean Burnett, no jornal The Guardian neste domingo (13).
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O especialista afirma que o estresse é o primeiro estágio de uma luta ou fuga. “Uma reação clássica ao perigo, o reflexo arraigado que nos obriga a enfrentar o perigo de frente ou a gritar com ele”, escreveu. Porém, a resposta não se resume a sim ou não. Existem os sistemas neurológico, bioquímico e o cérebro que trabalham em conjunto.
Você já deve ter percebido que nosso corpo é uma máquina. Qualquer pequeno defeito acaba refletindo em outras áreas e pode causar uma “ pane ”.
Quando o cérebro decide que o estresse é necessário, o eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal) libera algumas substâncias químicas em nosso organismo, como o cortisol no sangue, que causa aumento da frequência cardíaca e tensão muscular e a glicocorticoide.
Só que o HPA não sabe como interromper os estímulos dessas substâncias e é a partir daí que vem a depressão. “Aqueles que sofrem de depressão crônica e muitos dos que já morreram pela doença demonstraram ter níveis significativamente elevados de glicocorticoides, cortisol e outros produtos químicos de estresse no sangue e nos tecidos”, afirma o Dr. Burnett.
Dentre os sintomas físicos da depressão está o ganho de peso, a hipertensão, um sistema imunológico suprimido e problemas cardíacos . Todos esses problemas advêm de um fenômeno aliado ao estresse chamado excitotoxidade , pelo qual muita atividade danifica e prejudica os neurônios.
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Da excitoxidade vem outra anomalia: a neuroplasticidade . Esse fenômeno acontece pelo uso excesso do cérebro e os cientistas acreditam que essa seja uma parte essencial da depressão.
O que causa o estresse e como lidar com ele?
No artigo do Dr. Burnett, ele cita um curso chamado “ manuseio do estresse ” ministrado em Cardiff e que se baseia nos trabalhos do psicólogo Jim White. Os frequentadores do curso aprendem pequenos passos e progresso incremental para superar seus problemas.
Entre as causas do estresse justificadas no curso e pelo Dr. Burnett estão:
- Falha em atender as expectativas;
- Ter que fazer mais do que podemos suportar;
- Perda de status;
- Perda de padrão de vida;
- Perda de segurança;
- Perder alguém importante
“Perguntas como “sobre o que você deve se estressar?” não fazem sentido. Graças a forma como nosso cérebro funciona, se você não gosta de algo ou não quer que isso aconteça, ele pode e vai estressa-lo”, explica o médico.
E quais são os métodos para superar o estresse ? No curso apenas 10 letras dão o tom da recuperação. “ Enfrente seus medos . Seja mais ativo. Cuidado com o que você bebe”. Segundo Barnett, a bebida indicada não é apenas as alcoólicas, mas também a cafeína que deixa o cérebro ativo por muitas horas.
Na área científica, a técnica de biofeedback ou neurofeedback já está sendo implementada em pacientes afetados pelo estresse. O procedimento funciona da seguinte forma: a pessoa é conectada a monitores que exibem saídas físicas do corpo como frequência cardíaca, tensão muscular, condutâncias da pele e ondas cerebrais. O objetivo é identificar as ações que ocorrem no inconsciente para que as pessoas possam controlá-las com as mentes conscientes.
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Exercícios de respiração, exercícios físicos e até ter adotar um pet podem ajudar contra o estresse . Mas o mais importante é lembrar-se do conselho do Dr. Burnett. “Dê a eles [neurônios] tempo para reabastecer depois de serem levados ao limite e eles ficarão bem”.