Quando diagnosticado precocemente, o câncer de mama tem mais possibilidades de cura. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 60 mil novos casos da doença são diagnosticados por ano no Brasil. Em sua fase inicial, o câncer não pode ser detectado pelo autoexame das mamas e, por isso, é importante realizar a mamografia.
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“Os cânceres de mama mais iniciais geralmente se apresentam como microcalcificações, ou seja, uma poeirinha na mama que não é possível de ser sentida nem pela mulher e nem pelo médico e somente é vista na mamografia ”, explica Silvia Sabino, coordenadora médica do Centro de Treinamento em Prevenção do Hospital de Amor.
Segundo a profissional, tumores menores que 1 cm tem cerca de 95% de câncer de cura. “O exame deve ser realizado anualmente pelas mulheres acima de 40 anos”, pontua. Porém, se alguma alteração for encontrada, é recomendável que a paciente seja acompanhada com intervalos de seis meses para avaliar se está estável.
Mesmo diante da importância da exame, muitas mulheres podem ficar com medo de realizá-lo por diversos motivos. Um deles é em relação à dor. “As mamas são naturalmente sensíveis, sobretudo em alguns períodos do mês relacionados às variações de hormônio nos ciclos menstruais”, pontua Silvia.
A médica explica que, para a realização da mamografia, as mamas precisas ser comprimidas e apertadas no aparelho. “A mulher sente esta pressão de maneira muito pessoal, de acordo com a sua sensibilidade. Para algumas não dói, para outras dói mais, tem vez que dói menos ou mais. Cada um tem a sua experiência. Não adianta se basear na experiência da outra”, diz.
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Outro ponto que causa preocupação é a possibilidade da radiação provocar tumores. No entanto, isso não passa de um mito. “A radiação da mamografia é extremamente baixa e focada nas mamas. Desde que o equipamento esteja calibrado e certificado pela Vigilância Sanitária, não há risco para a mulher”, pontua a coordenadora.
Na hora de fazer o exame , a mulher não pode estar grávida. É importante também escolher um período do mês com menor sensibilidade das mamas para evitar desconforto desnecessário e, se houver, levar exames interior. Isso porque a comparação facilita a detecção de lesões ainda menores.
Mulheres com silicone podem fazer mamografia?
Segundo Rogério Fenile, Mestre e Doutor em Ciências Médicas pela UNIFESP e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, as mulheres com prótese de silicone podem fazer mamografia normalmente. Para isso, ele alerta que só preciso que o profissional que for fazer o exame saiba realizá-lo com cuidado.
“São feitas duas incidências adicionais, através de uma manobra que chama Manobra de Eklund, em que a prótese é meio deslocada para trás e puxa um pouco a glândula mamária para frente e faz essa incidência mamográfica também”, pontua Rogério, que indica fazer o exame em um lugar confiável.
“Normalmente, a prótese não sofre nenhum tipo de dano com essa compressão da mamografia. Apenas a técnica tem que saber a compressão correta para não expor a dano, fazer em um bom lugar, com uma técnica adequada e não haverá nenhum tipo de problema”, completa o especialista.
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Por fim, é importante ter em mente que a realizar a mamografia é a ter a possibilidade de diagnosticar um problema já existente, tratá-lo de maneira mais simples e retornar a sua vida habitual o mais rápido possível. “O exame é extremamente rápido e, quanto mais relaxada e colaborativa, mais chance temos de uma exame de qualidade e diagnóstico”, finaliza Silvia.