É claro que é preciso se proteger do sol durante o verão. Porém, quando exageramos ao passar protetor solar no rosto e ao redor dos olhos, podemos favorecer irritação e infecções. Confira o que fazer e como evitar problemas gerados pelo protetor solar nos olhos.

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O protetor solar, quando entra em contato com os olhos, pode ser causador de infecções
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O protetor solar, quando entra em contato com os olhos, pode ser causador de infecções

O protetor solar é uma substância que, assim como a maquiagem, pode vir a contaminar os olhos, ocasionando a  conjuntivite tóxica . Segundo o Dr. Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, ela acontece quando as mucosas oculares entram em contato com alguma substância irritante, que pode ser shampoo, sabonete, tinta, etc.

Conforme o oftalmologista afirma, 46% dos casos de conjuntivite tóxica no verão são causados pelo protetor solar, 39% pelo bronzeador e 15% pela maquiagem.

A conjuntivite é a doença ocular mais comum do verão, sendo 20% dos casos do tipo tóxica ou alérgica. A do tipo tóxica não é transmissível e se a pessoa não tem histórico de alergias, ela pode desaparecer até mesmo com compressas frias. 

Sintomas

De acordo com Queiroz Neto, o primeiro sintoma da conjuntivite tóxica é a ardência ou queimação. Isso acontece porque resíduos como restos de maquiagem e protetor solar penetram nos olhos. 

Entre os sintomas mais frequentes dessa conjuntivite estão os olhos vermelhos, coceira, sensibilidade à luz, lacrimejamento e pálpebras inchadas. Uma forma de identificar qual o tipo de conjuntivite que está atuando é observar a secreção. Na bacteriana, a secreção é purulenta; na viral, é transparente e viscosa; na tóxica, é transparente e aquosa.

Prevenção

Para prevenir, as dicas de Queiroz incluem evitar o uso excessivo de protetor solar, cremes e maquiagens, sobretudo ao redor dos olhos, bem como usar lenços descartáveis para enxugar o suor nessa área. Além disso, ele e também a oftalmologista Lísia Aoki alertam que deve-se lavar os olhos abundantemente no no caso  de contato com algum desses produtos. 

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Proteger a região dos olhos com óculos solar que tenha filtro UVA e UVB garante um melhor resultado do que passar protetor solar em excesso nessa área. Já lavar o rosto e as mãos com frequência evita que ao coçarmos os olhos, eles se contaminem. E também não é bom compartilhar pertences pessoais ou toalhas de rosto e colírios.

Quando a doença já está instalada, a recomendação é interromper por completo o uso do agente causador. Mas se depois de dois dias sem usar o produto os sintomas persistirem, é importante consultar um médico oftalmologista, pois na falta de cuidados, podem haver sequelas na visão.

Outra indicação importante é para quando for escolher o protetor solar. Os filtros solares com PH neutro são mais seguros. Queiroz Neto também diz que é importante checar a presença de óxido de zinco e dióxido de titânio no produto. Essas substâncias são muito comuns em produtos infantis e garantem a neutralidade do PH.

Se você usa lentes, o cuidado é redobrado!

As lentes de contato podem absorver as substâncias irritantes e piorar o quadro inflamatório
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As lentes de contato podem absorver as substâncias irritantes e piorar o quadro inflamatório


As lentes de contato mais comuns são as gelatinosas, que possuem uma característica hidrofílica, ou seja, "bebem" a água que lubrifica os olhos. Por isso, normalmente, recomenda-se que as pessoas que usam lentes hidratem os olhos com mais frequência.

Mas isso significa também que, quando os olhos entram em contato com substâncias irritantes, as lentes de contato também as absorvem. Isso pode piorar o quadro e gerar outros problemas, como a ceratite. 

Tratamento

O tratamento da conjuntivite tóxica, de acordo com Queiroz Neto, é feito através de colírios anti-inflamatórios e não hormonais, antialérgicos, lubrificantes oculares e lágrimas artificiais. 

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De acordo com a oftalmologista Lísia Aoki, a única medida que o paciente pode tomar sozinho é lavar os olhos com muita água em caso de contágio por protetor solar nos olhos . Todos os outros procedimentos e receitas devem ser feitos com a orientação de um médico oftalmologista, que auxiliará na recuperação.

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