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Há uma ameaça real à segurança hídrica para os municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro abastecidos pelo sistema produtor do Rio Guandu, de acordo com pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo nota emitida pela instituição, a geosmina, substância encontrada na água , não é tóxica, mas pode indicar problemas na qualidade da água bruta utilizada para o abastecimento.

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Procura de água mineral aumentou no Rio de Janeiro
Fernando Frazão/Agência Brasil
Procura de água mineral aumentou no Rio de Janeiro

“A geosmina , um composto orgânico volátil, é produzida por algumas bactérias heterotróficas ou cianobactérias, que crescem em abundância em ambientes aquáticos com altas concentrações de nutrientes, especialmente em mananciais que recebem esgotos não tratados”, diz o comunicado.

Desde o início de janeiro, a água fornecida pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) por meio do sistema produtor do Rio Guandu tem apresentado odor e sabor intensos, que causa objeção ao consumo humano.

Apesar de a geosmina não ser tóxica, a universidade destaca que a percepção humana sobre o sabor e odor constitui parâmetro de controle da qualidade da água distribuída, visando, exclusivamente, a não rejeição do consumidor. “Não há necessariamente risco sanitário associado, exclusivamente, ao sabor e ao odor da água”.

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Falta de tratamento de esgoto sanitário

De acordo com a nota técnica da UFRJ, o sistema produtor do Rio Guandu só poderia ser “atendida pela transposição da água do Rio Paraíba do Sul”. O texto afirma que apenas os municípios da região metropolitana de Itaboraí, São Gonçalo e Niterói, que são abastecidos pelo sistema Imunana-Laranjal, não apresentam problemas.

Segundo a análise da universidade, o atual problema com a água no Rio de Janeiro é resultado da falta de tratamento de esgoto sanitário nas áreas urbanas. “Esgotos sanitários em estado bruto, ou seja, desprovidos de qualquer tratamento, são drenados pelos rios dos Poços, Queimados e Ipiranga, todos afluentes do Rio Guandu, a menos de 50 metros da barragem principal e da estrutura de água só sistema produtor da Cedae”.

O relatório alerta que há uma evidente degradação ambiental nos mananciais utilizados para abastecimento público da região metropolitana do Rio, o que compromete a qualidade da água, dificulta o tratamento e pode colocar em risco a saúde pública. “A população não deve ser responsabilizada para identificar se a água está ou não adequada ao consumo.”

Outro ponto ressaltado pela UFRJ é que sem identificação e esclarecimento de uma eventual contaminação, a população também não poderá ser induzida a consumir água mineral ou de qualquer outra fonte. “Não atender a essas considerações propicia um cenário que piora a segurança da água, além de ser socialmente injusto, pois impõe um gasto extra para o consumidor que deveria ser atendido de forma adequada pela rede de distribuição.”

A nota técnica destaca ainda que enquanto não houver uma recuperação adequada dos recursos hídricos usados para abastecimento público, há possibilidade de crises semelhantes voltem a acontecer no estado. “Os investimentos necessários para essa recuperação não podem ser adiados e devem ser considerados prioritários e estratégicos”.

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Como a PROTESTE pode te ajudar

Recentemente, a PROTESTE notificou extrajudicialmente a Cedae e a Agenersa (Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro) para questionar se a causa do problema já foi definitivamente identificada e quais medidas a empresa do governo do Estado do Rio de Janeiro está tomando para diminuir os transtornos ao consumidor.

Os consumidores que já detectaram problemas na qualidade da água podem preencher este formulário . De posse delas, a PROTESTE vai avaliar futuras medidas a serem adotadas.

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