SÃO PAULO — O número de casos confirmados de dengue em Ribeirão Preto, no interior paulista, teve um salto de 238% em janeiro, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. A doença já matou duas crianças neste ano, o que representa apenas uma vítima a menos do que em todo 2019.

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Em todo o 2019, dengue fez apenas uma vítima fatam em Ribeirão Preto
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Em todo o 2019, dengue fez apenas uma vítima fatam em Ribeirão Preto

Atualmente, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em torno de 12% dos pacientes estão hospitalizados em decorrência da gravidade da dengue. Em outras epidemias, quando Ribeirão Preto chegou a registrar 14 mil infectados, esse índice foi de 4%.

A cidade, a cerca de 300 km da capital paulista, é um dos principais focos de casos de dengue no estado de São Paulo.

O problema vem do ano passado: de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, Ribeirão registrou um total de 14.421 casos em 2019, contra apenas 267 no ano anterior.

Em janeiro de 2020, foram registrados 876 casos, um salto de 238% frente aos 259 registros do mesmo período do ano passado.

Em 2019, a cidade registrou 3 mortes causadas pela dengue. Neste ano, duas crianças morreram na cidade com sintomas da doença .

A primeira era uma menina de 8 anos que teria sido infectada na cidade de São Simão, na região metropolitana de Ribeirão Preto, segundo informações da Secretaria de Saúde Municipal. A criança morreu em 15 de janeiro em decorrência da doença.

Um menino de 10 anos também faleceu na madrugada de 1 de fevereiro com sintomas da doença. As autoridades aguardam resultado de exames para confirmação da causa de morte por dengue.

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O pai do menino, Michel Rodrigues da Silva, registrou na segunda-feira (3) uma denúncia no Conselho Regional de Medicina (Cremesp), afirmando que houve negligência no atendimento à criança e pedindo que a entidade abra uma investigação sobre o caso.

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Em entrevista coletiva, o secretário municipal de Saúde Sandro Scarpelini disse que os médicos cumpriram os protocolos de atendimento e classificou o episódio como uma tragédia.

— Se não houver conscientização e ajuda da população, nós não conseguiremos segurar o crescimento do mosquito nos próximos meses. É possível que tenhamos uma epidemia ainda maior que a do ano passado, como infelizmente está acontecendo em outras cidades do estado — afirmou Scarpelini.

Além de Ribeirão Preto, cidades como São José do Rio Preto, Campinas e Araraquara enfrentam um surto — elas registraram mais de 20 mil casos confirmados de dengue no último ano . Na capital, foram 16.519 casos confirmados em 2019.

O crescimento de casos no interior paulista acompanha tendência nacional de aumento nas estatísticas relacionadas à doença: em 2017, o Brasil registrou cerca de 239 mil casos suspeitos de dengue; em 2018, foram 265 mil; em 2019, mais de 1,5 milhão de suspeitas.

O estado paulista registrou o maior número de óbitos por causa da dengue em 2019: foram 265 do total de 782 mortes registradas no país.

A taxa de letalidade da doença no estado (0,06%), no entanto, é menor do que em estados como Ceará (0,08%) e Paraná (0,07%), segundo informações do Ministério da Saúde.

*Estagiária sob a supervisão de Renato Andrade

(Com G1)

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