Embora não haja nenhum caso confirmado até o momento no Brasil, o surto de pneumonia causada por uma nova cepa do coronavírus põe cidadãos e instituições sanitárias em alerta. Assim, a necessidade de proteger a si mesmo e aos demais do contágio faz com que muitas pessoas utilizem máscaras cirúrgicas.
De fato, a ação contra entrada e saída dos vírus e contato com mucosas é dificultada pela máscara - que se tornou inclusive uma recomendação do governo chinês - mas os profissionais de saúde destacam que seu uso não garante a segurança completa, além de exigir cuidados na manutenção e ajuste.
Quem deve usar a máscara?
“A máscara pode ser útil para evitar a transmissão da doença tanto utilizada pelos doentes - para evitar que a tosse e espirros contaminem o ar - quanto pelos saudáveis, para evitar contato de secreção na região das vias aéreas superiores”, explica Isnard Maul, pneumologista da Cia da Consulta.
Ainda de acordo com o profissional, porém, “ela perde sua eficácia quando está frouxa ou se fica úmida e contaminada por secreção , devendo ser trocada”. Para ajustar de maneira correta, o médico sugere atenção à peça metálica localizada nas laterais, que existe justamente para o ajuste ao nariz.
O item oferece riscos?
De maneira geral, a máscara protetiva não traz perigos à saúde do usuário, pelo contrário - trata-se de uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) aos profissionais da área, parentes e pessoas infectadas pelo vírus.
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Apesar disso, a sensação de proteção completa pode abrir espaço para a negligência com outros cuidados com a saúde que são ainda mais importantes, como a lavagem constante das mãos. A máscara também não protege outra área para o contágio da doença: os olhos.
Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier, o vírus pode atacar as vias respiratórias pelo canal lacrimal. “Basta colocar as mãos em uma superfície contaminada e depois tocar os olhos ou nariz. Isso porque a superfície ocular está conectada ao nariz pelo canal lacrimal”, explica.
Como se proteger completamente?
Ainda que não exista uma alternativa milagrosa para blindar o corpo contra uma possível infecção por coronavírus - pelo menos antes da produção de uma vacina contra a nova cepa - os cuidados básicos são indispensáveis para a proteção.
Para o pneumologista Isnard Maul, “a transmissão pode ser evitada principalmente com a higiene apropriada das mãos e cuidado com o descarte de secreções contaminadas”. Para auxiliar, o profissional recomenda as várias cartilhas que ensinam sobre a maneira correta de lavar as mãos.
Sobre a transmissão através da mucosa ocular, o oftalmologista reforça que “o contágio por coronavírus é semelhante ao da conjuntivite, que exige afastamento da escola ou trabalho, mas pode trazer consequências mais graves”, diz.
A proteção, então é semelhante no caso das duas doenças: evitar levar as mãos aos olhos para coçar, seguir atento à limpeza do rosto e das mãos e nunca utilizar colírios por conta própria, além de procurar um profissional de saúde ao primeiro sinal de anormalidade.