O médico chinês Li Wenliang, que alertou o público sobre uma possível doença "semelhante à SARS" em dezembro de 2019, referindo-se ao então desconhecido novo coronavírus , segue internado na UTI do Hospital Central de Wuhan. Mais cedo nesta quinta-feira (06) a rede CNN, citando a mídia chinesa, informou que Li teria morrido em decorrência do coronavírus.
Observação: esta matéria foi atualizada no dia 6 de fevereiro às 17h31 após o hospital retificar a situação de Li Wenliang. Clique aqui para saber mais atualizações.
Quando alertou sobre a doença, Li Wenliang foi interrogado pelas autoridades sanitárias chinesas e mais tarde foi convocado pela polícia de Wuhan para assinar uma carta de reprimenda na qual ele foi acusado de "espalhar boatos online" e "perturbar gravemente a ordem social".
Pouco mais de um mês depois de toda a confusão, o médico foi hospitalizado, em 12 de janeiro, justamente após contrair a nova cepa do vírus de um paciente. Foi confirmado que ele estava infectado pelo coronavírus em 1º de fevereiro.
Suspeita de um novo vírus
A história começou em 30 de dezembro, quando uma doença misteriosa atingiu sete pacientes em um hospital, e o médico tentou alertar seus colegas de faculdade. "Estão em quarentena no departamento de emergência", escreveu Li Wenliang em um grupo de bate-papo on-line, referindo-se aos pacientes.
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"Muito assustador", respondeu um dos integrantes do grupo, antes de perguntar sobre a epidemia que começou na China em 2002 e acabou matando quase 800 pessoas. "O SARS está voltando?"
No meio da noite, funcionários do órgão de saúde da cidade central de Wuhan chamaram o Dr. Li, exigindo saber por que ele havia compartilhado a informação. Três dias depois, a polícia o obrigou a assinar uma declaração de que seu aviso constituía "comportamento ilegal".
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A doença não era o SARS, mas algo semelhante: um coronavírus que está agora em uma marcha implacável para fora de Wuhan, matando pelo menos 304 pessoas na China e infectando mais de 14.380 em todo o mundo.