RIO — A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta terça-feira (3) sobre o "rápido esgotamento" dos estoques de equipamentos de proteção para combater o novo coronavírus, uma escassez que provavelmente comprometerá a resposta à epidemia no mundo.

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Reuters
Máscaras e luvas têm acabado em diversos países pelo mundo, inclusive no Brasil

"A OMS enviou quase meio milhão de equipamentos de proteção individual para 27 países, mas os estoques estão acabando", disse o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva.

O avanço dos casos de coronavírus aumentou o consumo de materiais de higiene pessoal. Empresas brasileiras já sofrem com a falta da matéria-prima para confecção de máscaras respiratórias e álcool em gel. Outras adotaram terceiro turno e só prometem a entrega dos produtos no prazo de 30 dias.

Para garantir o abastecimento, o Ministério da Saúde publicou edital para aquisição de máscaras e aventais em uma edição extra do Diário Oficial da União da última sexta-feira (28). A compra dispensará licitação, e as empresas teriam até esta terça-feira para apresentar propostas.

O edital prevê a compra de 20 milhões de máscaras cirúrgicas e outros 4 milhões de uma segunda máscara, chamada N95. Quantos aos aventais , são três tipos, de tamanho P, M e G.

Por sugestão das próprias fabricantes, em vez de um fornecedor único, como previsto inicialmente, haverá um fracionamento entre vários fornecedores.

O secretário-executivo da Saúde, João Gabbardo, cogitou até mesmo proibir exportações e recorrer à Justiça para garantir o abastecimento interno —medida semelhante foi adotada pela França nesta terça. "Já há um estudo da Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios), vamos ter com certeza fornecedores para fazer aquisição na quantidade que precisamos", disse ele.

Dos 21 itens licitados, em 16 não houve problema de abastecimento, como álcool em gel, touca hospitalar, óculos de proteção, protetor facial e dois tipos de luva, entre outros. Gabbardo acredita que, com o novo edital, os produtos serão entregues em duas ou três semanas.

Em nota, a Abimo informou que deverá fornecer os produtos em março, que está à disposição do Ministério da Saúde e que está fazendo "esforços adicionais para atender com segurança às demandas".

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O ministério disse que não há preocupação com desabastecimento, mas que está trabalhando para fazer um reforço nos estados e municípios preventivamente na prevenção do novo coronavírus .

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