O início do outono costuma representar, todos os anos, um aumento significativo nas alergias e doenças respiratórias. Desta vez, há ainda a pandemia do novo coronavírus para somar às preocupações: existem cuidados que precisamos tomar considerando as mudanças bruscas de temperatura e queda na umidade do ar?
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O outono, na verdade, não interfere no risco de contágio do Covid-19 ou na prevenção da doença: evitar aglomerações, proteger nariz e boca ao espirrar ou tossir, não tocar o rosto e higienizar as mãos com bastante frequência continuam sendo as orientações. Por outro lado, o risco de confundir o novo coronavírus com uma crise alérgica, por exemplo, se torna maior nessa época do ano.
De acordo com o otorrinolaringologista Alexandre Colombini, da Cia da Consulta, em entrevista prévia ao iG, “a pessoa que não está contaminada, mas está numa crise alérgica respiratória pode correr mais riscos devido à tendência de coçar muito o nariz, de coçar o olho… Isso pode levar o vírus que está na mão desse paciente para o rosto e facilitar o contágio através dessa manipulação”, explica Colombini. Ou seja, a estação pede cuidados em dobro com as medidas de prevenção que já conhecemos.
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Além disso, é importante seguir atento às diferenças entre resfriados, alergias respiratórias e o novo coronavírus, cujos sintomas podem ser muito parecidos. Segundo o Ministério da Saúde, a principal diferença entre as enfermidades está na ocorrência de febre alta ou baixa, que não pode ser causada por alergias e tem incidência baixa em resfriados.
Já entre a gripe e o Covid-19, as principais diferenças estão na intensidade dos sintomas: enquanto espirros são relativamente frequentes na primeira, o mesmo sintoma surge de forma rara para o novo coronavírus. Já a falta de ar acontece de maneira inversa: mais frequente nos casos de Covid-19 e raramente em pacientes gripados.
A pasta, porém, reforça que em casos de sintomas leves o paciente não deve buscar o serviço de saúde neste momento. A orientação busca proteger pessoas da contaminação, considerando a quantidade de doentes infecciosos que podem estar nos hospitais durante a pandemia , além de reduzir a superlotação das instituições de saúde em um momento crítico.
São considerados sintomas leves a ocorrência de febre baixa, coriza, dor no corpo, espirros e tosse. O paciente deve ficar alerta em casos de falta de ar, que podem significar um quadro avançado da doença causada pelo novo coronavírus .